A realidade
alegre ou triste tem a ver com nós, os humanos, que a plasmamos pela
consciência.
Amantes da
Física newtoniana – a da causalidade e das certezas – parecem experimentar um
prurido nervoso quando se menciona a moderna ciência das partículas
subatômicas. “Deus não joga dados com o universo”, expressão ilustrativa de Einstein.
Ele teria preparado o caminho para a mecânica quântica. Na Física Moderna procura-se
juntar relatividade e mecânica quântica.
Postei no
meu ipansotera.blogspot.com sobre a maquininha nossa de todos os dias (celular,
computador). O impulso para escrever vem do que a mídia me trás dos pensadores
da ciência, da tecnologia e da filosofia.
Li “Revolução
ou modismo”, de Ivan dos Santos Oliveira Júnior, Ilustríssima (Folha, 5/11/17),
matéria sobre os computadores quânticos que estão chegando. Do meu avô o “mundo
velho sem porteira”, agora, tem uma entrada ou saída nova – porteira que se abre.
Simpático à Física
Quântica encontro luzes como um clarão. Quando eu trabalhava em Banco
(treinamento e desenvolvimento de pessoal), fim dos 50 e início dos anos 60, o
computador ocupava um grande espaço. Aqueles
cartões a armazenar dados por verdadeiros sacerdotes que os manipulavam.
Na época
começavam a aparecer os chamados circuitos integrados. No Centro por mim criado
no Banco o TWI (métodos de supervisão e treinamento), era aplicado, orientando funcionários,
senhores do “know-how”. Surgiam os minicomputadores. O chip veio nos anos 70. Década
de 80, os computadores domésticos e pessoais entraram na onda progressista. Eles
se popularizaram. O primeiro da IBM foi vendido ao público em 1981. Tinha
microprocessador, dispositivo a aumentar a sua eficiência, padrão até no caso
dos celulares. Ao chegar a vez do computador quântico, em segundos a capacidade
para resolver problemas que levariam até bilhões de anos para a mais potente máquina dos nossos dias.
A TECNOLOGIA
NA HISTÓRIA
Do maior
para o menor. A eletrônica reduz, essencializa, miniaturizando na composição
eletrônica. Daí se vai para os chips quânticos. Desenvolvimento vertiginoso da
computação e da comunicação. Ampliam-se as dimensões quando tal elemento detém o controle.
Pode-se pensar o bit como unidade mínima de informação, “0” e “1”. O mesmo zero
e um, da Programática de G.W.G. Moraes. Este pensador, linguista, lembrava os
computadores. Tudo, para ele, se reduzia à dicotomia. Eis a base que atinge a
multiplicidade do real, séculos V (Platão) e XX (Moraes), passando pelo yin e o
yang – que a tudo se aplica – sistema binário da cultura do 0riente, desde a
antiguidade.
A mecânica quântica é a teoria que lida com os
fenômenos nas áreas moleculares, atômicas e subatômicas.
O “tour de
force” dos computadores, ponto de vista do processamento, é redobrado a cada
ano e meio. A dimensão dos bits se reduz, também, nesse tempo. Trata-se do
aumento da capacidade de análise. A Física que serve para o estudo de objetos, irá
mudar. O domínio passará a ser o atômico. Um transistor de 7 milionésimos de
metro, se compararmos ao diâmetro de um fio de cabelo, será 10 mil vezes maior.
Empresas do
mundo investem pesado em tecnologia quântica. Ao que tudo indica, delírio
passará a ser um termo inadequado tanto para as coisas materiais como para o
mistério de uma explicação que englobe tudo.
Ponderação,
sinônimo de circunspecção, equilíbrio, prudência – tida como virtude humana –
passará a competir com a máquina. O pensamento entra como “construtor” da
realidade. Isso pode explicar a sensação de “azar”. Por que, no jogo de cartas
as coisas não deram certo? Humores de aprovação e desconforto têm a ver com
nossa consciência. Refletimos o mundo que aprovamos e rejeitamos. Penso até
numa serenidade quântica, próxima do esvaziamento zen. Algo para ser testado,
até em laboratório. Sem promessas vagas ou cálculos matemáticos abstratos. O
mundo sem porteiras se abre para realidades que interferem diretamente em
nossos costumes, e em todas as áreas de ação, pensamento e sentimento.
A matéria do
jornal faz a pergunta: o que os computadores quânticos realizam de diferente? Resposta:
tudo. As aplicações são ilimitadas. O alcance dessa máquina é atingir sempre
maior rapidez e eficiência. Qual a tarefa capaz de desafiar os cientistas
familiarizados com a nova tecnologia? Simular a natureza? Fora de simples
aproximações entende-se que ela (a natureza) é um computador. Nosso desafio
mais cômodo: uma questão filosófica. Não esquecer que fenômenos quânticos estão
por toda parte. A correlação estatística existe nos sistemas citados e se chama
emaranhamento. Einstein apelidava esse fenômeno de fantasmagórico.
Informação
quântica, algo impalpável, não carrega matéria nem energia. A esquisitice do
quântico já vem sendo posta em prática em laboratórios do mundo e do Brasil.
Correlação aqui não é piada. Matéria para cartunistas que não confundem cartum
com humor: Angeli e Laerte “não é para
se gargalhar”.
Quem
consegue imaginar uma pessoa que esteja viva e morta ao mesmo tempo? Informação
quântica é a mesma coisa. Caso do emaranhamento “0” e “1”, mutuamente excludentes,
embora interagindo. Lâmpada acesa e apagada de uma só vez. Sei que isso tende a
parecer um novo paradigma. Problemas complexos a ser resolvidos em segundos. O
dado desaparece de um lugar e reaparece instantaneamente em outro. Nem
atravessa o espaço que separa o par de opostos. Espécie de fenômeno além do telepático,
podendo incluí-lo.
Interferências
são detectadas instantaneamente. Resolvida, em laboratório, uma possível
comunicação entre vivos e mortos. A dimensão espiritual mais próxima da Terra,
pelo que me consta, reproduz muito o que
é terráqueo. Cientistas, técnicos, físicos, químicos, biólogos, filósofos,
teólogos, pensadores serão beneficiários. As religiões e ideologias fora dos
“ismos”. Nações perderão o “frison” territorial, totalitário. Nossos filhos não
são nossos filhos (Novo Testamento), sem se desprezar o amor por eles. Algo
esplendoroso desde a descoberta da teoria da relatividade. Na curva entra a
mecânica quântica.
Vamos saltar
para 2027. Computadores quânticos usados para encontrar poços de petróleo,
projetar medicamentos, criar materiais, resolver problemas complexos de
engenharia e matemática, manter a internet à prova de hackers, desenvolver a
defesa do planeta, aprimorar as relações humanas, desvendar o que acontece após
a morte física, esclarecer sobre a comunicação entre vivos e mortos, a
influência que temos sobre a realidade, etc., etc. A Física Clássica vendo o
mundo como uma máquina, agora com maior abrangência.
Mediunidade
entendida como acontecimento psíquico e físico, ao mesmo tempo, independentes
de uma relação causal. Fenômenos interiores, chamados sobrenaturais, chegam a ter
correspondência no que está fora de nós. É quando a imagem interior ou a
premonição revelam algo concreto e apreciável. Buscar a veracidade dessas
manifestações interessa a pesquisadores conscientes
de que matéria e energia são uma coisa só.
O dom da
ubiquidade (ocupar dois espaços ao mesmo tempo), por exemplo, aspira a uma
explicação quântica. Encontra-se tal fenômeno em médiuns de reconhecida
idoneidade. Cito Eurípedes Barsanulfo em Sacramento e Chico Xavier em Pedro
Leopoldo. Para a compreensão do que é atribuído à psicologia do inconsciente há
vertentes menos redutoras. Sempre tivemos ocorrências, também chamadas
metapsíquicas, a merecer estudos mais abertos, experimentais e plenos de sentido. Isso como as
descontinuidades da Física. Acontecimentos acausais existentes e a produzir-se
hoje em dia.
Mediunidade
ou sincronicidade. Na psicografia, a glândula pineal do médium exibiria
luminosidade cada vez mais intensa. No
livro “Missionários da luz”, André Luiz, psicografado por Chico Xavier, trata
do assunto. Ficção científica? Espiritualismo?
Os poucos
computadores quânticos foram comprados dos EUA, da China, da Inglaterra ou da
Austrália. Para nós os preços ainda são exorbitantes (penso no dinheiro
desviado pelos rentistas, concentradores de dinheiro).
Continuamos
dependentes da visão estreita das elites e do Estado. Ainda se paga a conta da
energia elétrica usada para manter ligados velhos computadores. Vivemos sob o
domínio de oligarquias atrasadas. O poder político foi tomado de assalto. A
população vive dentro de um padrão extremo de vulnerabilidade. Verdadeira
hecatombe política e econômica.
Neste
momento, enquanto nosso país bate recordes negativos em educação, saúde,
segurança, emprego e investimentos, outras nações fazem planos para o futuro.
Experimentação e aprendizado social com abertura para novas tecnologias.
O povo, impedido
de pensar e criar, existe como agente de
melhorias tecnológicas e substanciais para a sobrevivência e a autorrealização.
Espiritualidade parece palavra vã. Não é fácil a luta para emergir. O mundo se
atualiza; e nós, como ficamos?
CONSCIÊNCIA AMPLIADA
Nem todas as
leis foram descobertas. A comunicação entre vivos e mortos vem sendo descrita desde
a antiguidade. A Bíblia enfoca inúmeros casos. Quando surge a determinação para
que a relação não deve se efetivar (Moisés) o motivo implícito é que os
considerados não-vivos estão pré-determinados para outros fins. Daí a proibição
para não os evocar. Outro problema é o risco de o médium ser levado à autossugestão.
Invocar numa conjuração, inclusive, não é bom alvitre. Fenômenos tidos como
medianímicos já foram plenamente descritos e sua prática é observável. Há obras
sérias a respeito e cientistas informam sobre positivas experiências nessa área
(Willian Crookes, químico e físico britânico e as materializações do espírito de
Katie King). Num toque que motiva interessados estão os sonhos reveladores,
comunicações psicofônicas, claras audiências e vidências, efeitos físicos, psicografia,
intuitividade, além de formas implícitas e explícitas nas relações com tais fenômenos.
Ainda existe a tendência de considerar sobrenatural as ocorrências, por ignorância,
medo ou interesses visivelmente corporativos. Eles, na forma como são expressos,
abalariam crenças, quando a inteligência não raciocina ou despreza para
aumentar o proselitismo. Chega a ocorrer mera acomodação passiva, quando nem
passa pelo sujeito a ampliação da consciência.
Acreditamos
que os “ismos” irão perdendo força numa perspectiva fenomenológica. Fatos pesam
mais do que teorias, alcançando provas em nossa época de computação quântica. Ciência,
filosofia, tecnologia e religião não precisam de rótulos. Ciência e metafísica
estarão cada vez mais irmanadas. A compreensão dos “comos” nas estruturas rende
mais para o saber do que “porquês” cumulativos. Ao chamar mediunidade de sincronicidade tal termo ajuda na compreensão
de coincidências significativas ou a equivalência de um estado psíquico ou
acontecimentos que não apresentam relações causais entre si.
A discussão
de animismo e práticas medianímicas, opondo uma coisa a outra, pertence,
talvez, ao rol de estéreis cogitações. Já se acredita na presença de dados
anímicos que não invalidam comunicações entre vivos e mortos. Intérprete e
espírito desencarnado vivem uma simbiose. Análises contribuem para que se aprenda
sobre a co-participação. Em que medida um influencia o outro? O fenômeno da “voz direta e falada”, quando em
língua desconhecida do médium, é potente auxiliar no esclarecimento. Outra
coisa é quando – caso da mediunidade de Chico Xavier – o amplo desconhecimento
de dados sobre a relação do consulente com o espírito aparece na mensagem
recebida.
A vida de
Chico possui solidez pela diversidade de formas mediúnicas de atuação e
recepção. Ele psicografou 412 obras. Campo vasto de estudo. Hoje, no momento em
que a Física Quântica adentra a tecnologia da informática não se concebe a
negação pura e simples das manifestações dos espíritos tidos como
desencarnados. Nas muitas moradas da casa de Deus vamos das carnes às
essências. É quando existir não é menos pior, fazendo parte da escala
evolutiva.
Inteligência
artificial e máquina sem que pessoas sejam tratadas como coisas. Pontos de
vista psicológico, jurídico, econômico,
político e, principalmente, de humanos capazes de deliberação num horizonte de
ações possíveis. Aspectos éticos e morais, máquinas a serviço da pessoa, não o
contrário. Fatores como História e memória, mais do que simples ingredientes. Sempre
presente, diante das limitações da mente, a máquina nos ajudando a acionar as
coisas da matéria e do espírito. Nosso corpo não é completamente coisa, nem
completamente pessoa. Impulsionados pela teologia cristã, não simplesmente por
um “ismo”, temos a chave não de possuir corpo, mas de ser também um corpo. Que
nossa sociedade não inclua só sujeitos livres, porém coisas também livres.
Pensando em
arte, obras chegam a nos afetar sem que tenhamos
que nos deter na deliberação de uma pessoa. Como no computador quântico, a
forma do corpo, energia e espírito. Ninguém deverá nos presidir, muito menos
uma máquina.
Agradeço e me desculpo pelas elucubrações. Ivan é
doutor em Física pela Universidade de Oxford e pesquisador titular do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas do Rio de Janeiro. Obras psicografadas por
Chico Xavier, cerca de 412, e Carlos A. Baccelli (Inácio Ferreira) serviram de base
para ponderações. No Pentateuco de Allan Kardec destaco “O Livro dos Espíritos”
e “O Livro dos Médiuns”. De Marcel Souto Maior: “As vidas de Chico Xavier” e
“Por trás do Véu de Ísis”.
(Parte do
texto, antes de alterações, no ipansotera.blogspot.com e link no Facebook – 15/11/17.
Postagem hoje, 21/11/17, ampliado e reformulado.)
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