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26/02/2015

PARA QUE SERVIMOS?



A gente não é o que pensa ser, nem deixa de ser o que pensa que não é. É como se não passássemos de átomos e partículas subatômicas... Descendo às relações interpessoais, nossa vida inteligente seria apenas um acidente raro e precioso? Críticas a outras pessoas, em geral, perturbam quem as recebe e quem as faz. Certo que o motor é nossa cabeça. Como se diz, o coração sente o esplendor ou a sombra de um pensamento. Trata-se do que se aplica a palavras, coisas e pessoas. O pensamento e seus limites... Impossível pensar sempre o que é adequado a fatos ou a versões. Quando distinguir uma coisa da outra? A imaginação carrega o seu bestiário. Nada garante acertar com precisão a mosca do alvo. É desconcertante a proximidade dos extremos. O processo de espiritualização, melhor do que um niilismo de fancaria, levanta a questão da humildade. Humildade costuma ser vista como um traço sentimentalista do nosso Eu, algo inferior. Banaliza-se nos clichês do “doe sempre”, e, “é dando que se recebe”. E nossa fraqueza, ao alimentar expectativas? “Eu fiz tudo isso por ele, mas veja o troco”, desabafo comum de se ouvir. Para evitar o dilema, já que mencionamos um Eu enfraquecido, associamos a humildade a uma omissão consciente. Face a considerados bens que praticamos, sem retorno de aprovação, ou de algum mal ou injustiça a que fomos submetidos. A força que transforma o que fere poderá fluir se, num impulso da vontade moral, evocarmos o ato de perdão. Humildade é o principal traço do “bom caráter”. Outro clichê: o “homem bom” está aquém ou além daquilo que pensamos que somos. O perdão atua para nos distinguir graças ao paradigma da espiritualidade superior. Com o perdão surge um alargamento da consciência do Eu. Aprender sobre o propalado na oração cristã do “Pai nosso”, contribui no esforço para levar a sério os problemas que se nos deparam. “Para que servimos?” – questão, cuja resposta poderá refletir nossa posição no caos criativo. De um lado, atitudes banais; de outro, mergulho na compreensão do que é ser humano. Qual a evidência de que o mundo faz sentido? Entre ser unificador e questionador, pode-se chegar à conclusão de que ocorre uma periódica renascença, pelos ciclos da vida, no mundo e nas pessoas. Eis um glorioso caminho que, acredito, vale a pena encarar.