No
emprego, quando chega o final do expediente, a pessoa deveria passar por um
local de descompressão. Algo do tipo das que protegem contra radiatividade. Tensões
e aborrecimentos a serem despidos como roupa a se lavar. Caso, por exemplo, de quando
se retorna ao convívio mais íntimo com amigos e família. Outros não merecem
ouvir lamúrias, nem enfrentar resíduos sucateados de problemas de procedência
alheia ao meio da família ou social. Pelo desconhecimento de motivos e razões,
surgem vibrações colaterais a prejudicar as interações humanas. E quando
aparecem as motivações, as imagens correspondem ao acontecido ou não? Lembro
aquele trabalhador que, ao deixar o trabalho do dia, ingere álcool para se aliviar.
Também, parece uma boa, ter em casa um lugarzinho de orações. Meditação pode
ajudar. Talvez o recolhimento sirva mais para agradecer do que para pedir
auxílio. Males reais ou fictícios, não importa. O que sentimos e pensamos é o que
mais pesa. Respeito ao outro num clima mais de esvaziamento. Só que não existe
o vazio total – o nada. Cuidado para que não se coloque ainda mais problemas na
prateleira. Cobranças, solicitando explicações e relatórios podem fazer extravasar
um frasco cheio. Contornar a tendência comum de ficar reclamando do que nos contraria.
Tal atitude vale para quem retorna do trabalho e para o interlocutor. Entendo,
também, que a matéria bruta de aborrecimentos gasta-se com o uso. A escolha,
para não rachar, de cada um. O mesmo para desabafos. Empregado em Banco, o final do expediente ocorria,
às vezes, mais tarde que o costumeiro. Executivos da administração se viam
obrigados a não bater em retirada enquanto o laborioso chefe não ia embora. Eu
costumava jogar tênis, logo depois de jantar, num contato rápido com a família.
Algo meio burocrático. Movimentar músculos, forma de arejar e fortalecer o
corpomente. Pegar vassoura ou enxada, escrever ou dormir, outras compensações para
o caso. Depois de bater na bolinha, voltava para casa em melhores condições de
ânimo. Cheguei a participar de terapia, em grupo, com Roberto Freire (o
psicanalista), gerando novos problemas, por retornar tarde, na madrugada. Outro
tipo de conflitos, em somatória. Lembro executivos que, entrando em casa, cumprimentavam
superficialmente a família. Postavam-se diante da TV, assistindo a qualquer lixo.
Logo cochilavam. Outros, sempre reclamando e até gritando à toa. É quando o trabalho
além de dignificar, degenera.
Ipansotera é um blog de pensamentos. Mesmo em recados há a intenção de promover uma interação reflexiva. Não existe fundo ideológico fechado. O conteúdo são vislumbres de quem vê a vida como aprendizagem do espírito. O autor acredita na interatividade mais do que em afirmações inatistas e comportamentistas.
Mostrando postagens com marcador A sombra do trabalho. Mobilizar músculos físicos ou mentais.. Mostrar todas as postagens
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