Mais importante é que a gente entenda a si mesmo, em
vez de querer enquadrar o mundo. Sei que aí há uma política do desejo, e nem
tudo é visível a olho nu.
Não temos uma ideia clara de como estamos distantes da
realidade. A realidade é um cristal de muitos prismas, como diz Cacá Diegues. Não
sabemos quando podemos falar, com propriedade, em nome dela.
No que a memória alcança, o mundo vive num sufoco.
Quando a realidade não passa de um reflexo de nossas
ideias?
Ainda citando o cineasta Cacá Diegues, em Vida de Cinema, na época em que fez Bye Bye Brasil “no mesmo espaço e no
mesmo tempo o moderno e o arcaico, a miséria e o fausto, a selva virgem e o
lixo humano, a comédia e a tragédia nossas de cada dia, numa situação limite”.
Ele acreditava estar anunciando – o filme é de 1980 – a civilização do século
XXI. Bye Bye Brasil é dedicado ao
povo brasileiro do século a nascer.