Na crise atual palavras e
expressões entre coisas e “não coisas”, verdades e falsidades: corrupto,
corruptor, corrompido, ocultação de patrimônio, sangria, delação premiada, conchavo,
acórdão (tem a ver com leniência?), Lava Jato, bilhões de dólares, propina, condições
negociadas, multas e juros, o “toma lá – dá cá”, tornozeleira eletrônica, e o que cabe neste
saco. Daria para se criar um museu – Museu da Corrupção (já existe?). Por
associação: calafrios, escândalos, abuso de autoridade, prisões, leniência (o
que é manso e agradável), mercado e dinheiro. Incluem-se Bancos, imobilidárias,
empreiteiras, usinas de açúcar, frigoríficos, montadoras de veículos, seguradoras
de saúde. Empresas em geral a explicar pagamentos. Decodificar símbolos, metáforas
e códigos. O real significado de bandeiras vermelha ou verde e amarela. Clubes
seletos, de onde saem roteiros para delações. Palavras como “gestor” e “não
político”, pertencem ao Sião? Tonel a virar ou canos de esgoto a desentupir. Normas
constitucionais e nossas instituições. Marqueteiros e suas embromações. Imagem
e contratempo. Como ficam as ideias de
justiça e igualdade? Reformas progressistas ou regressivas? No “como” de uma
democracia representativa o que deve ser alterado? No “como” estaria um
mergulho que não privilegia a “causa da causa, da causa, da causa” dos porquês
– o que não leva a nada. Algo só cumulativo. É no modelo estrutural das instituições que aparecem
relações de vizinhança, diferenças, tons de luz e cinza. O que abre a porta da memória,
qualquer coisa que se vê e mastiga. Palavras, menos usadas: concertar (pôr em
boa ordem), defenestrar (expulsar de cargo, partido), compliance (obediência a
regras), a palavra “bully” (brincadeira que incomoda, hoje, também, no léxico
político), tuitar (redigir é reduzir), “eleições
a bico de pena” (quem escolhe os eleitos não é o povo), cleptocrata (os de um
governo corrupto). E ainda há muito a apreender. Parar no oceano revolto... Uma
colcha inconsútil. Vamos ao museu.
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