Cerca
de 90% das brasileiras e brasileiros acreditam que o país está no rumo errado. Para
quem ocupa o poder essas pessoas não contam. Governo com alta taxa de rejeição
e impopularidade. Momento em que se mexe em leis do trabalho e Previdência. Na
crise atual, procura-se manipular grupos e corporações. O que tem mandado é o
sistema financeiro nacional. O povo não é visto como sujeito político capaz de
decisões. Com os cidadãos nas ruas e greves, o povo diz: “Nós existimos”. O
descontentamento com os políticos vai se tornando cada vez mais explícito. O
povo demonstrando ter voz ativa. A greve
de 28/4/2017 “faz pouco caso dos embates eleitorais que parecem ser o único
interesse real da casta política”– diz Vladimir Safatle (Folha, dia da greve). Suas
palavras: “A paralisação da produção e do movimento, os aviões que ficam no
solo, os ônibus que não circulam mais, as escolas fechadas, os bancos lacrados
são a forma suprema de um poder de dizer ‘não’, o mesmo poder que Maquiavel
compreendia como definidor do povo, já que o povo sempre emerge ao dizer que
não quer ser oprimido pelos grandes”. O papel nesta greve representa não a força de um partido ou grupo
político. “Ela é fruto da revolta contra a invisibilidade, contra a inexistência.”A
elite rentista é que é beneficiada, com o negociado prevalecendo sobre os que
legislam . Isso no interior das relações trabalhistas. A CLT devastada. Um
conceito arcaico de modernidade. Afinal, greve contra a imoralidade de cortar
gastos da educação e da saúde. Está ocorrendo a espoliação de pequenas e
penosas conquistas. Injustiças e mais árdua a vida de milhões de famílias,
crianças, mulheres, velhos, trabalhadores da pedra, da graxa, da carga, do
lixo, do ferro – os que mantêm o Brasil de pé (Janio de Freitas, Folha,
27/4/2017). À revelia, permitindo que as Bolsas, a corrupção e outras
bandalheiras vicejem. Eis um ponto gritante: O aumento do desemprego em 30%
leva a uma redução no previdenciário arrecadado. Claro que o problema é mais em
cima. Não se caçam direitos de quem trabalha de fato, na fase da vida em que
mais precisam deles.
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