30/04/2017

EXISTIR OU NÃO EXISTIR

Cerca de 90% das brasileiras e brasileiros acreditam que o país está no rumo errado. Para quem ocupa o poder essas pessoas não contam. Governo com alta taxa de rejeição e impopularidade. Momento em que se mexe em leis do trabalho e Previdência. Na crise atual, procura-se manipular grupos e corporações. O que tem mandado é o sistema financeiro nacional. O povo não é visto como sujeito político capaz de decisões. Com os cidadãos nas ruas e greves, o povo diz: “Nós existimos”. O descontentamento com os políticos vai se tornando cada vez mais explícito. O povo  demonstrando ter voz ativa. A greve de 28/4/2017 “faz pouco caso dos embates eleitorais que parecem ser o único interesse real da casta política”– diz Vladimir Safatle (Folha, dia da greve). Suas palavras: “A paralisação da produção e do movimento, os aviões que ficam no solo, os ônibus que não circulam mais, as escolas fechadas, os bancos lacrados são a forma suprema de um poder de dizer ‘não’, o mesmo poder que Maquiavel compreendia como definidor do povo, já que o povo sempre emerge ao dizer que não quer ser oprimido pelos grandes”. O papel nesta greve  representa não a força de um partido ou grupo político. “Ela é fruto da revolta contra a invisibilidade, contra a inexistência.”A elite rentista é que é beneficiada, com o negociado prevalecendo sobre os que legislam . Isso no interior das relações trabalhistas. A CLT devastada. Um conceito arcaico de modernidade. Afinal, greve contra a imoralidade de cortar gastos da educação e da saúde. Está ocorrendo a espoliação de pequenas e penosas conquistas. Injustiças e mais árdua a vida de milhões de famílias, crianças, mulheres, velhos, trabalhadores da pedra, da graxa, da carga, do lixo, do ferro – os que mantêm o Brasil de pé (Janio de Freitas, Folha, 27/4/2017). À revelia, permitindo que as Bolsas, a corrupção e outras bandalheiras vicejem. Eis um ponto gritante: O aumento do desemprego em 30% leva a uma redução no previdenciário arrecadado. Claro que o problema é mais em cima. Não se caçam direitos de quem trabalha de fato, na fase da vida em que mais precisam deles.


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