Cultura como região dos símbolos e
dos valores. Contracultura é um rabo de foguete, para que ele não suba em seus
desmandos autoritários. A contracultura nos espaços produz faíscas, numa combinação
de ciência, arte, música, tecnologia, política, religião, ideologia... Chega à
política, com partidos de esquerda, ou social-democratas sem afiliação partidária...
Ainda que hoje esquerda e direita tenham perdido auréolas de boazinhas pela barbárie
praticada. Resistência contra o autoritarismo fascista ou coisas de intelectual,
de burguês ou de aristocrata. Nos anos 1960, se estivéssemos na Itália, sentiríamos
vergonha, como no Brasil de hoje. Corrupção, impunidade, festinhas a la Cabral
com ou sem guardanapos na cabeça. Nunca os políticos lá e aqui, se enriqueceram
de forma tão célere. Contardo Calligaris num belo artigo – O que é a vulgaridade
do poder? (Folha, 9/2/2017) – fala sobre
o luxo dos poderosos, cuja riqueza surge rápida demais, sem o tempo necessário
para que os novos donos do dinheiro
adquiram, junto com suas tralhas, um mínimo de cultura. O gosto chega a se
tornar violência pura: um esbanjamento para exibir o privilégio. Pela falta de ética,
o poder sem cultura é vazio e vulgar. Diz Calligaris: “o poderoso sem
preocupação moral governa só para gozar de seu próprio poder.” Temos assistidos
a um compêndio de vulgaridades, nas estratégias eleitorais como também em decisões
governamentais. Atitudes e atos executivos de dúbio caráter. Ocorre segregacionismo,
xenofobia e obscenidade no exercício do poder.
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