11/02/2017

NÃO SE PENSA CONTRA SI

Cultura como região dos símbolos e dos valores. Contracultura é um rabo de foguete, para que ele não suba em seus desmandos autoritários. A contracultura nos espaços produz faíscas, numa combinação de ciência, arte, música, tecnologia, política, religião, ideologia... Chega à política, com partidos de esquerda, ou social-democratas sem afiliação partidária... Ainda que hoje esquerda e direita tenham perdido auréolas de boazinhas pela barbárie praticada. Resistência contra o autoritarismo fascista ou coisas de intelectual, de burguês ou de aristocrata. Nos anos 1960, se estivéssemos na Itália, sentiríamos vergonha, como no Brasil de hoje. Corrupção, impunidade, festinhas a la Cabral com ou sem guardanapos na cabeça. Nunca os políticos lá e aqui, se enriqueceram de forma tão célere. Contardo Calligaris num belo artigo – O que é a vulgaridade do poder?  (Folha, 9/2/2017) – fala sobre o luxo dos poderosos, cuja riqueza surge rápida demais, sem o tempo necessário para que os novos donos do  dinheiro adquiram, junto com suas tralhas, um mínimo de cultura. O gosto chega a se tornar violência pura: um esbanjamento para exibir o privilégio. Pela falta de ética, o poder sem cultura é vazio e vulgar. Diz Calligaris: “o poderoso sem preocupação moral governa só para gozar de seu próprio poder.” Temos assistidos a um compêndio de vulgaridades, nas estratégias eleitorais como também em decisões governamentais. Atitudes e atos executivos de dúbio caráter. Ocorre segregacionismo, xenofobia e obscenidade no exercício do poder.         


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