Vivemos numa reclusão conventual com nós mesmos. Que me desculpem pela
frase rebuscada... Nós nos trancamos, fechando portas e janelas interiores. Ou
melhor: Difícil pensar contra si mesmo. Isso seria para espíritos fortes, o que
não somos. Somos... Eu sou. Fácil sacar os outros; na antessala dos problemas,
pouco nos percebemos. Daí a gana em criticar, avaliar, censurar... os outros.
Escrevi sobre “a boca pequena”, medo da transparência, quando surfamos no
incomunicado que poderia perturbar nossa paz. Claro que uma boba paz – a de não
pensar diferente. Dói? Buscamos derivações, como o executivo que fui, matando
ratos com carabina a gás. Hoje, mato insetos com minha raquete elétrica. A
sanha é a mesma. Para compensar, parto para uma autoajuda, com a desculpa de
estar promovendo reflexão. Afinal, quem seríamos sem as nossas imperfeições?
Pelo menos ter contato com os mecanismos de mascaramento das relações
interindividuais. Compensação é, talvez, dos mais comuns. Não vou reproduzir o
que escrevi sobre eles, embora o que se repete é o que perdura. Qualquer
dicionário sobre psicanálise é um prato cheio. Depois da chatice desse
preâmbulo, vamos lá. Que tal usar a linguagem do twitter? Busco um caminho para
a unificação das ciências com as áreas humanas. Matéria com o mesmo título “Dos
Elétrons...” foi publicada na Ilustríssima, da Folha, em 14/12/2014. Dois
catorze, número cabalístico, e doze (mês) também da tradição mística. Meio
pirata com o artigo do Marcelo. Que ele me perdoe a interferência. Vou continuar
meu texto na linha do redigir é reduzir. O saudoso G.W.G. Moraes, criador da
Programática, por certo adoraria a linguagem do Twitter.
Dando certo, atingiremos uma compreensão transformadora do sentido de
nossa existência.
Ao pensar em ciência, aprendi que a unidade das ciências começa na
física. Ela determina as leis fundamentais da natureza.
A física moderna não exclui a clássica, complementando-a. Ambas são
precondições para se entender a passagem dos elétrons ao amor.
Você achar que o mundo começou agora é desprezar a herança da história
natural da cultura.
Atitude imensamente ingênua é achar que a volta dos militares no poder é
a solução para a crise atual.
Autocracia, mesmo em pequenas doses, também mata. Gera rendição, perda
de identidade, derrama cinzas sobre valores humanistas.
As artes, a filosofia, a teologia, a história são, em essência, o que
somos em nossa vivência evolucionária.
Existe uma ponte ligando a história cósmica à história humana.
Mas não pretender esgotar tal matéria, imaginando que se pode construir
uma visão unificada da realidade.
O processo do conhecimento sempre se ramifica: quanto mais sabemos, mais
percebemos o quanto ainda temos por saber.
Mesmo na física mais avançada as descrições unificadas são provisórias.
Serão suplantadas por novas descobertas.
Se não conseguimos descrever nossa fisiologia ou comportamento, resta
aprender a conviver com o mistério. Mas nada impede que se levantem hipóteses.
Conhecimento, em todas as áreas (ciência, filosofia, etc.) é sempre por
aproximação. Fissura, viver num mundo de probabilidades!
A incerteza – não a dúvida cética – é o motor que nos desperta para um
metabolismo celular menos perfeito do que o das formigas.
Fora da mecânica quântica, quando os economistas aprenderão sobre o
mercado de capitais? Porém, ver mais não significa ver tudo.
Assim como há altruísmo em algumas formigas, há esperança para nós
humanos.
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