Para quem propõe a necessidade de
agir sem a busca de sentido para o que acontece, pensando em conceitos e
fundamentações, tenho algo a dizer. Aliás, sempre temos algo a dizer. Refere-se
à teoria sobre as coisas do mundo. O que está claro ou não para cada um, seja
intelectual ou pessoa de espírito mais prático. Existem ideias que se
consideram teóricas ou baseadas em evidências não muito claras para quem as
concebe. Elas rondam o puro fazer. Então é balela imaginar que todo intelectual
não é prático ou que todo pragmático não reflete a raiz do que acontece.
Entendo que há tipos professorais que se consideram donos de verdades. Gostando
de doutrinar imaginam-se assistidos pela musa inspiradora. Voltados para contextos
e estruturas tendem a negligenciar fatos do cotidiano ou detalhes,
considerando-os supérfluos. No presente texto parece que conduzo um carro de
rodas quadradas. Não estaria sendo muito teórico? O tido como verdade ou hipótese
a testar, em princípio não deve impedir ações ou a busca de determinados fins.
Sempre se joga com contingências. A possibilidade de descobertas e novos
parâmetros está na esfera da filosofia e da ciência. Importante também a
dúvida, mas que seja metódica, não cética. Como ficam os dualismos entre
sagrado e profano, arte e moda, indivíduo e cidadão, vitória e derrota, sentido
e absurdo, Deus e demônio? A não preocupação com o sentido do que acontece pode
levar à autoajuda, com suas fórmulas de felicidade e sucesso, à mania das
citações, ao puro ceticismo ou à banalização na visão de mundo. Ansiedade,
angústias, depressão costumam surgir como consequência.
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