Muito já se discutiu sobre o que é realidade. Entender o que é
realidade pode ajudar a nos sentirmos melhores? No momento da crise atual essa questão
tem algo a ver com “falsos prazeres”, o ético e o ilícito na política. É bom
que se veja política, termo na sua mais ampla extensão. O direito e a moral em
todas as instituições, da família ao Estado. O estudo de atitudes e comportamentos
entram também aqui. Não fugiria às vertentes de autoajuda ou da arte e da filosofia
especulativa. O oposto da realidade seria o acaso e a contingência? Palavras como
natural e sobrenatural, concreto e abstrato, naturalismo e ficção podem estar
na mesma onda. Platão falou no “mundo das ideias”, algo até tangível como o que
se apresenta aos nossos sentidos interpretados pela razão. Tudo o que existe é
espelhado pelo mundo das ideias, nele o protótipo original. Isso bate com a
imagem de um mundo espiritual mais aperfeiçoado que a crosta terrena. Mas nós
somos os mesmos tanto aqui como lá. Ainda bem quando aprendemos lições de
aperfeiçoamento enquanto existimos neste planeta.
Conscientizar sobre a necessidade de enxergar além da circunstancial.
Vivemos numa sociedade em que tudo é mercadoria, reino do bezerro de ouro. A realidade
não acena para fórmulas de consolação. Atentos ao que se comprova em laboratório
por certo chegaríamos à atitude de acelerar desabamentos. Há escândalos, mas ai
de quem os provoca. O ideal seria suspender o julgamento na fé que remove montanhas.
A formação de consciência amolaria o corte de espadas. Criticar estruturas normativas,
um passo. Fácil que constituídos envelheçam e percam significados antes aceitos.
A realidade como adequação do que se pensa ao que se pesa, vale como bússola. Certo
que o papel do laboratório se caracteriza pelo que reduz fatos a conceitos. A
realidade é conceitual ou fato concreto? Eis uma questão sempre a nos espreitar.
O senso comum possui sistemas de pressuposições que se colocam como evidências.
O discurso sobre realidade abre portas de meras possibilidades. Queremos o provável,
pelo menos. Difícil fugir ao possível. Lutar contra arcaísmos com boas teorias e
intenções, utilizando esquemas práticos, atenuam o indigesto anseio de dar nome
aos bois. Um dos bois é “o que é realidade?”. E nada é tão bom que não tenha começado
errado. Realidade como o modo de ser das coisas, enquanto atuam fora da mente
humana ou independentemente dela. Vale acreditar nas diferentes potencialidades
dos indivíduos, cada um enfrentando sérios problemas à sua maneira. E quando a ação
é comunitária, solidária e não agressiva, o que se homenageia é a face mais
digna do humano.
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