17/09/2016

O QUE É REALIDADE

Muito já se discutiu sobre o que é realidade. Entender o que é realidade pode ajudar a nos sentirmos melhores? No momento da crise atual essa questão tem algo a ver com “falsos prazeres”, o ético e o ilícito na política. É bom que se veja política, termo na sua mais ampla extensão. O direito e a moral em todas as instituições, da família ao Estado. O estudo de atitudes e comportamentos entram também aqui. Não fugiria às vertentes de autoajuda ou da arte e da filosofia especulativa. O oposto da realidade seria o acaso e a contingência? Palavras como natural e sobrenatural, concreto e abstrato, naturalismo e ficção podem estar na mesma onda. Platão falou no “mundo das ideias”, algo até tangível como o que se apresenta aos nossos sentidos interpretados pela razão. Tudo o que existe é espelhado pelo mundo das ideias, nele o protótipo original. Isso bate com a imagem de um mundo espiritual mais aperfeiçoado que a crosta terrena. Mas nós somos os mesmos tanto aqui como lá. Ainda bem quando aprendemos lições de aperfeiçoamento enquanto existimos neste planeta.  
Conscientizar sobre a necessidade de enxergar além da circunstancial. Vivemos numa sociedade em que tudo é mercadoria, reino do bezerro de ouro. A realidade não acena para fórmulas de consolação. Atentos ao que se comprova em laboratório por certo chegaríamos à atitude de acelerar desabamentos. Há escândalos, mas ai de quem os provoca. O ideal seria suspender o julgamento na fé que remove montanhas. A formação de consciência amolaria o corte de espadas. Criticar estruturas normativas, um passo. Fácil que constituídos envelheçam e percam significados antes aceitos. A realidade como adequação do que se pensa ao que se pesa, vale como bússola. Certo que o papel do laboratório se caracteriza pelo que reduz fatos a conceitos. A realidade é conceitual ou fato concreto? Eis uma questão sempre a nos espreitar. O senso comum possui sistemas de pressuposições que se colocam como evidências. O discurso sobre realidade abre portas de meras possibilidades. Queremos o provável, pelo menos. Difícil fugir ao possível. Lutar contra arcaísmos com boas teorias e intenções, utilizando esquemas práticos, atenuam o indigesto anseio de dar nome aos bois. Um dos bois é “o que é realidade?”. E nada é tão bom que não tenha começado errado. Realidade como o modo de ser das coisas, enquanto atuam fora da mente humana ou independentemente dela. Vale acreditar nas diferentes potencialidades dos indivíduos, cada um enfrentando sérios problemas à sua maneira. E quando a ação é comunitária, solidária e não agressiva, o que se homenageia é a face mais digna do humano.


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