30/07/2016

AURORA

·         Naquele sonho que você teve, uma fresta de luz. Revelam-se potencialidades para lidar com simples  e inéditas situações. Pessoas em situação incomum, tomando chuva. Molhadas, mas parecendo que o momento é apenas desconfortável. Estão dentro de uma casa. São equacionados, ao que parece, pequenos problemas funcionais no local. Necessário apoiadores e ajudantes. Vislumbram-se desdobramentos existenciais importantes para questões detectadas. Têm a ver com buracos na parede, caiação deteriorada, coisas a merecerem reparos. Piso que dá pena. Há outros defeitos não lembrados. O mais característico foi o extrapolar para o existencial dos envolvidos no sonho. Espessa bruma cobre o que deixou profunda marca.
·         Alguns poucos sonhos são reveladores de estados de espírito a repercutir experiências remotas, ancestralidade e dotes não conhecidos ou bem conscientizados. Neles, além do simbolismo, o papel de sinalizadores ao que se seguirá no que chamamos de destino. Vida longa ou curta, não importa. Algo mais animador e oportuno poderia ocorrer. Um não-lembrar para saber. Como acontece em sonhos, por certo há  coisas que foram cortadas. Restam escapes, vazios, com sentidos não percebidos. Ao acordar vêm associações mais ou menos esclarecedoras.  
·         Quase inevitável relacionar o ocorrido com o que acontece hoje no mundo. Uma desordem. Muita incompetência no rumo dos ventos, na vida social e na política. Pode-se até dizer que se trata de uma “desordem organizada”. A pergunta: “Em qual direção?” Métodos usados pelos indivíduos e pela “máquina”. Conversão  de quem manda e quem se submete, não se sabe qual assimilou o outro. Ciência e o considerado sagrado, ambos com seus donos e fundamentalismos. Minorias oprimidas, embora também opressoras quando se fala em concentração de renda. É verdade que a democracia, não só em tese ergue o espírito do homem comum como também afasta os que propugnam reformas. O Estado mal educado significa hipocrisia ilimitada; significa politicalha; significa a manutenção de uma classe empresarial e de políticos que se resume em servir aos dirigentes e enganar os dirigidos. A corrupção envenena. Costuma ser protegida pela própria justiça, aquela de olhos abertos. O poder absoluto age sem dar contas.
Voltando ao estado onírico, pensando em fatores que o desencadeiam, temos o inconsciente. Os neurocientistas enfatizam a transformação das memórias de curto prazo para as de longo prazo, o que converge com o que tem sido discutido nos últimos tempos pela psicanálise, ou seja, a função dos sonhos na simbolização e assimilação das novas experiências vividas pelo indivíduo. Para quem não aceita o inconsciente, a razão é não se poder abrir um crânio para localizá-lo. “O que é muito redutor”, diz a psicanálise. Resta a importância das imagens, palavras e as cenas dos sonhos.                                  

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