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Naquele sonho que você teve, uma fresta de luz. Revelam-se
potencialidades para lidar com simples e
inéditas situações. Pessoas em situação incomum, tomando chuva. Molhadas, mas
parecendo que o momento é apenas desconfortável. Estão dentro de uma casa. São
equacionados, ao que parece, pequenos problemas funcionais no local. Necessário
apoiadores e ajudantes. Vislumbram-se desdobramentos existenciais importantes
para questões detectadas. Têm a ver com buracos na parede, caiação deteriorada,
coisas a merecerem reparos. Piso que dá pena. Há outros defeitos não lembrados.
O mais característico foi o extrapolar para o existencial dos envolvidos no
sonho. Espessa bruma cobre o que deixou profunda marca.
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Alguns poucos sonhos são reveladores de estados de espírito a
repercutir experiências remotas, ancestralidade e dotes não conhecidos ou bem
conscientizados. Neles, além do simbolismo, o papel de sinalizadores ao que se
seguirá no que chamamos de destino. Vida longa ou curta, não importa. Algo mais
animador e oportuno poderia ocorrer. Um não-lembrar para saber. Como acontece
em sonhos, por certo há coisas que foram
cortadas. Restam escapes, vazios, com sentidos não percebidos. Ao acordar vêm
associações mais ou menos esclarecedoras.
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Quase inevitável relacionar o ocorrido com o que acontece hoje no
mundo. Uma desordem. Muita incompetência no rumo dos ventos, na vida social e
na política. Pode-se até dizer que se trata de uma “desordem organizada”. A
pergunta: “Em qual direção?” Métodos usados pelos indivíduos e pela “máquina”.
Conversão de quem manda e quem se
submete, não se sabe qual assimilou o outro. Ciência e o considerado sagrado,
ambos com seus donos e fundamentalismos. Minorias oprimidas, embora também
opressoras quando se fala em concentração de renda. É verdade que a democracia,
não só em tese ergue o espírito do homem comum como também afasta os que
propugnam reformas. O Estado mal educado significa hipocrisia ilimitada; significa
politicalha; significa a manutenção de uma classe empresarial e de políticos
que se resume em servir aos dirigentes e enganar os dirigidos. A corrupção
envenena. Costuma ser protegida pela própria justiça, aquela de olhos abertos.
O poder absoluto age sem dar contas.
Voltando
ao estado onírico, pensando em fatores que o desencadeiam, temos o
inconsciente. Os neurocientistas enfatizam a transformação das memórias de
curto prazo para as de longo prazo, o que converge com o que tem sido discutido
nos últimos tempos pela psicanálise, ou seja, a função dos sonhos na simbolização
e assimilação das novas experiências vividas pelo indivíduo. Para quem não aceita
o inconsciente, a razão é não se poder abrir um crânio para localizá-lo. “O que
é muito redutor”, diz a psicanálise. Resta a importância das imagens, palavras
e as cenas dos sonhos.
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