17/06/2016

MUDANÇA JÁ


Tal o emaranhado da situação política no Brasil e no mundo, que tenho preferido falar mais no que a constitui como valores e atitudes. Que a corrupção é sistêmica, ninguém duvida. Comportamentos decorrem daí. Praia ruim para a gente ficar se detendo no ataque ou defesa deste ou daquele político. Há quem faz isso como jamais aconteceu no país. Sei que, por vezes, a gente pelo menos toca a fímbria do que o sujeito público representa no concerto do bem e do mal. Mesmo as figuras do positivo e do negativo são tão esgarçadas que se torna difícil não ter uma postura explícita fechada. A palavra delação soa como novidade. Remédio doente para grave situação patológica.  A corrupção exposta em nível orgânico não poderia ser diferente. Garimpar entre os fatos do cotidiano, principalmente na fase crítica atual (para não dizer catastrófica), em que da noite para o dia muita coisa muda e escandaliza.   Metáforas e comparações podem funcionar como aragem benfazeja. Aquela batida na porta sem estrondos para a gente pensar. Contribuem para esclarecer um pouco a densa noite que atravessamos. Comparar personagens públicos com importantes figuras do passado, elas relacionadas a fatos similares, em que visão de mundo e de época caem como luva. Casta política do mais alto nível. Nomes arrepiam, então vamos lá. Interrogatórios de anos, séculos para se perceber a inocência e o crime de agentes sociais  (hoje, os tempos são outros, exposição pública de mazelas na rapidez da internet); um governo praticando o ilícito habitual de administrações passadas...  Só que em benefício do povo – espécie de sopa e agasalhos para a fome e o frio. A miséria diminuiu? No quê ela se agrava? Agora, no desgoverno interino, “pedaladas” com nome superlativo; comprar um bem e exigir pagamento adiantado de mensalidades, coisa contraditória, ao se sangrar o banco responsável pelo desenvolvimento econômico e social; ações contra suposta heresia, como ocorria na inquisição medieval; o que aqui foi feito de positivo já está escrito (v. matéria do cientista Rogério Cezar de Cerqueira leite, Folha de 17/6/2016)... Pensar nos propagandistas da Idade Média longe de uma mídia como a de hoje (no que tem de investigativa ou de interesses corporativistas). Necessário novo arranjo institucional no organismo político contra a casta que toma de assalto o bem comum em proveito próprio. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são indefensáveis. Eleições gerais urgentes. Não falar apenas dos próprios medos, quando se imagina que nada muda. O futuro fará justiça? Não será necessário esperar séculos. Ele (o futuro) não mais pertencerá às oligarquias.     

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