Tal o emaranhado da situação política
no Brasil e no mundo, que tenho preferido falar mais no que a constitui como valores
e atitudes. Que a corrupção é sistêmica, ninguém duvida. Comportamentos decorrem
daí. Praia ruim para a gente ficar se detendo no ataque ou defesa deste ou daquele
político. Há quem faz isso como jamais aconteceu no país. Sei que, por vezes, a
gente pelo menos toca a fímbria do que o sujeito público representa no concerto
do bem e do mal. Mesmo as figuras do positivo e do negativo são tão esgarçadas
que se torna difícil não ter uma postura explícita fechada. A palavra delação
soa como novidade. Remédio doente para grave situação patológica. A corrupção exposta em nível orgânico não
poderia ser diferente. Garimpar entre os fatos do cotidiano, principalmente na fase
crítica atual (para não dizer catastrófica), em que da noite para o dia muita
coisa muda e escandaliza. Metáforas e comparações podem funcionar como aragem
benfazeja. Aquela batida na porta sem estrondos para a gente pensar. Contribuem
para esclarecer um pouco a densa noite que atravessamos. Comparar personagens públicos
com importantes figuras do passado, elas relacionadas a fatos similares, em que
visão de mundo e de época caem como luva. Casta política do mais alto nível. Nomes
arrepiam, então vamos lá. Interrogatórios de anos, séculos para se perceber a
inocência e o crime de agentes sociais (hoje, os tempos são outros, exposição pública
de mazelas na rapidez da internet); um governo praticando o ilícito habitual de
administrações passadas... Só que em
benefício do povo – espécie de sopa e agasalhos para a fome e o frio. A miséria
diminuiu? No quê ela se agrava? Agora, no desgoverno interino, “pedaladas” com
nome superlativo; comprar um bem e exigir pagamento adiantado de mensalidades,
coisa contraditória, ao se sangrar o banco responsável pelo desenvolvimento econômico
e social; ações contra suposta heresia, como ocorria na inquisição medieval; o
que aqui foi feito de positivo já está escrito (v. matéria do cientista Rogério
Cezar de Cerqueira leite, Folha de 17/6/2016)... Pensar nos propagandistas da
Idade Média longe de uma mídia como a de hoje (no que tem de investigativa ou
de interesses corporativistas). Necessário novo arranjo institucional no
organismo político contra a casta que toma de assalto o bem comum em proveito
próprio. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são indefensáveis. Eleições
gerais urgentes. Não falar apenas dos próprios medos, quando se imagina que
nada muda. O futuro fará justiça? Não será necessário esperar séculos. Ele (o futuro)
não mais pertencerá às oligarquias.
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