Esquecer, sempre que
possível, relógio e calendário. Caso contrário deixaremos de fazer coisas amorosas
e até urgentes.
A noite do sono e o
dia de descanso são santificados. Eles geram a energia necessária ao compasso
das obras a realizar.
E sobre o ato de
sonhar, quantas descobertas? Através de símbolos e realidades, um novo
despertar.
Para não falar em
imagens concretas, até em movimento e saudosas, ao alterar o passado
cristalizado.
Não acordar, nem
deixar de proteger, quem repousa (e pode estar sonhando). O sonho dá lições sobre
as próximas horas.
Se tudo é sagrado,
guardar até o supérfluo. Dias e objetos. Cuidar de quem amamos. É a forma mais
plena de relacionamento.
Não somos donos de
nada, mas guardiães. Para nascer, necessário que se reconheça em nós algum
mérito. Nosso corpo é um usufruto.
Para com a vida,
precisamos de uma atitude menos autocentrada. Guardar não é se apegar a coisas de forma
irrestrita.
Quando se fala em
coisas, não esquecer as da alma. O “outro mundo” é tão concreto como as pedras.
A necessidade de
organizar as ações, não exclui a aplicação do espírito para o inesperado
próprio do espaço-tempo.
Vivemos em um meio
que é tanto material quanto imaterial. Fora dos elementos orgânicos e
inorgânicos existe o ar que respiramos.
A dificuldade para
distinguir significados poéticos, religiosos, científicos, artísticos ou
sociais é algo a ser trabalhado. Trata-se de um “olhar do intelecto”.
Há relações que, ao
serem mantidas com o pouco ou nada compreendido, podem revelar o que alarga a
consciência.
Esse “olhar do
intelecto”, tão rejeitado por práticos e tecnólogos inconformados, chega a
contribuir para a humanidade dos seres humanos.
Ao “olhar do
intelecto” deve acompanhar o “olhar do espírito”.
Abstrações e
ideologias sobre a humanização podem representar forma estreita de pensar. No
caso, fazem parte dos estreitos limites da matéria viva e consciente.
Aproxima-se do
envelhecimento a degeneração da temporalidade biológica. Imaginar como chegamos
ao ciclo da natureza do qual nunca se escapa.
Viver sem
perspectivas de transcendência tende a nos chafurdar na inércia e na confusão.
Em níveis mais
profundos do tempo interior, as convenções ganham significados ainda mais
essenciais e determinantes.
É como se a
compreensão da vida adquirisse novas perspectivas, ao diminuir o alto teor de
pressão pelo fato de sermos frágeis mortais.
Pressão no corpo e na
alma, os velhos são excluídos do universo de valores, ao mesmo tempo em que as
técnicas médicas prolongam a vida.
O ambiente do tempo
interior explica, em grande parte, a divisão sagrado-profano. Isso faz parte da
“atmosfera invisível” que incide sobre a vidas social, política e psíquica.
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