11/05/2016

A OFICINA DO CORPO

As ferramentas famosas por serem mais acessíveis: visão, olfato, tato, paladar, audição, intelecto. Disponíveis, objetos da experiência imediata, embora de precária utilização. O fato é explorarem um cotidiano para São Tomé. Nem tudo o que foi percebido pelos sentidos e pelo espírito consciente está registrado. Muita coisa não é compreendida no contexto da ocorrência. O que fica se assenta no óbvio mais concreto e evidente. Quando alguma das ferramentas entra em pane, aí, o sujeito tenderia a se tocar. O que nem sempre acontece. Vivem descalibradas, pois os neurônios assessores desempenham muito mal o seu papel. Milhares, num formigueiro, mas sem a eficácia (objetivos) e a eficiência (meios) das formigas. Não costumam nem bordar algo apreciável. A escolaridade científica e filosófica ajuda pouco. Há os abusos da crença “patrimonial” que é medrosa. Ideologia é sempre o que cada um pensa. Perder forças, o que se teme. Há um poder que se obtém pelas lascas das paredes de madeira do celeiro da mente improdutiva. O sol entrando por elas, alimenta a semente e seus verdes ramos, como se acordassem num impulso vertical. Nem há necessidade de terra adubada. Mercadores da fé abundam, atrapalhando mais do que ajudando, quando o fator pecuniário comanda. A vida busca a luz, no ambiente escuro da tulha. Um pensamento: Não precisamos acreditar no “absoluto”. Do “absoluto”, adviria a regência. O mundo ficaria menos feio. Só que existe o estorvo do livre arbítrio. Ilusão de liberdade num corpo fechado. Vegetar-se em brutal ateísmo? Isso é para frágil acomodação. Fraqueza de uma das ferramentas, não merecedora de qualquer definição. O “absoluto”, se Deus, nos encanta. “Ele é”, nas palavras de Jung. O espiritualista talvez entenda que o numinoso penetra por uma rachadura oportuna no celeiro. A questão, talvez, dependa mais de prática do que de fé. Prática não se ensina, a não ser através de vivência. Quem se atreve a assumir a complexidade? Amor e solidariedade. Embora redundantes reforçam a paz de espírito. Paz de espírito na turbulência, não é para qualquer um. Sugere paciência e espera. Serve para a plantinha num ambiente inóspito. Sinto que ela se descobre face aos próprios limites. Sem arrogância e com respeito assume o caráter paupérrimo.  
Os sentidos materiais possuem os níveis natural e sobrenatural. Ambos, uma coisa só. Negar um é o mesmo que negar o outro.
Há quem usa o termo projeção para dizer que algo não possui existência real (o espírito, o volume, o ponto). Ponto é intercessão de linhas; volume é o que exige visão estereométrica (óculos que revelam o tridimencional); espírito, pede atitude transcendente... O mesmo para o termo espiritualidade. Mediunidade é coisa mal compreendida... Etc., etc. Para os que não buscam, nem enfrentam o mistério, sobra um muxoxo.

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