15/03/2016

SER O QUE SE FAZ

Eu tenho me preocupado com a perda do espírito de busca. A pessoa não querer desvendar os próprios olhos. Ainda mais no caso da compreensão de um mundo cheio de mistérios. Como um São Tomé, só acreditar no que é apreendido pelos sentidos materiais. Temos um pensamento que se conhece? Avaliamos bem o sentimento que julga? Valorizamos nossas sensações? Damos espaço para as próprias intuições? Apreciamos novos saberes? Respostas a esses quesitos  não são satisfatórias, pois como se trata de processo não cabem definições que se esgotam.

O meu grilo com crenças

Crença, este termo, já sugere fim de linha.Sistemas científicos, religiosos, filosóficos carregam no próprio feitio uma tecnologia própria. Palavras e signos (relação entre significante e significado), um constituído fechado a espantar incautos. Muito burocrático para o gosto de alguns. É só ouvir médico ou cientista, ler bulas e relatos em papel sobre exames laboratoriais, para pouco entendermos do que se diz. Coisa para especialistas. Qualquer sistema é fruto de uma metodologia própria. Daí, o ato de simplesmente não aceitar, o que se propõe ou está disposto como peça inalterável.  Nossos sentidos de apreensão de conhecimentos tendem a se fechar ao que chega a ser encarado como algo de compreensão difícil ou desvario.
Nas relações humanas, muito difícil a simplicidade. Sem feedback – quando a mensagem vai e volta, sendo checada pelo emissor –, não existe comunicação. É o que frequentemente ocorre: apenas uma emissão, sem retorno, para se saber se foi compreendida. Em decorrência, os mal-entendidos.  
O que se conclui sobre o que se publica ou se expressa de forma não dialógica?

Todos ocupamos áreas de especialização, as mais diversas. Cada uma com uma tecnologia própria de palavras e imagens. Decorre, então, uma torre de babel. Isso para não falar em outros idiomas, signos e hermetismos.

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