Eu tenho me preocupado com a perda
do espírito de busca. A pessoa não querer desvendar os próprios olhos. Ainda
mais no caso da compreensão de um mundo cheio de mistérios. Como um São Tomé,
só acreditar no que é apreendido pelos sentidos materiais. Temos um pensamento
que se conhece? Avaliamos bem o sentimento que julga? Valorizamos nossas
sensações? Damos espaço para as próprias intuições? Apreciamos novos saberes? Respostas
a esses quesitos não são satisfatórias,
pois como se trata de processo não cabem definições que se esgotam.
O meu grilo com crenças
Crença, este termo, já sugere fim
de linha.Sistemas científicos, religiosos, filosóficos carregam no próprio
feitio uma tecnologia própria. Palavras e signos (relação entre significante e
significado), um constituído fechado a espantar incautos. Muito burocrático
para o gosto de alguns. É só ouvir médico ou cientista, ler bulas e relatos em
papel sobre exames laboratoriais, para pouco entendermos do que se diz. Coisa
para especialistas. Qualquer sistema é fruto de uma metodologia própria. Daí, o
ato de simplesmente não aceitar, o que se propõe ou está disposto como peça inalterável. Nossos sentidos de apreensão de conhecimentos
tendem a se fechar ao que chega a ser encarado como algo de compreensão difícil
ou desvario.
Nas relações humanas, muito difícil
a simplicidade. Sem feedback – quando a mensagem vai e volta, sendo checada
pelo emissor –, não existe comunicação. É o que frequentemente ocorre: apenas
uma emissão, sem retorno, para se saber se foi compreendida. Em decorrência, os
mal-entendidos.
O que se conclui sobre o que se
publica ou se expressa de forma não dialógica?
Todos ocupamos áreas de
especialização, as mais diversas. Cada uma com uma tecnologia própria de
palavras e imagens. Decorre, então, uma torre de babel. Isso para não falar em
outros idiomas, signos e hermetismos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário