Meu blog ipansotera4.zip.net é
aquele dos meus retratos 3x4, em que exponho as próprias mazelas, e me
penitencio.
Para um bricoleur pequenas coisas podem virar grandes coisas. Isso, no ponto
de vista do autor, claro. Quando digo “significar” é o que não digiro ainda
muito bem. De qualquer modo, somos um cisco, como dizia o Chico.
Releio e me aproprio de trabalhos
literários e de outros artistas. Lido com palavras, imagens fragmentadas.
Sou preguiçoso... Costumo não
terminar obras começadas. Também chego a nem dar início ao que me empolga num
primeiro momento.
O restauro das esculturas do meu
pai levei anos até a fase dessa empreitada. Acontece agora, tudo com muito
amor. Forma, inclusive, de tê-lo mais próximo.
Outro caso é o do meu romance
“Manjar branco no asfalto”, incompleto nas suas seiscentas páginas, há cerca de
quatro décadas.
Por vezes acordo meio assim incapaz
de tocar ou retocar projetos.
Sou mais admirador dos outros do
que de mim mesmo. Leituras, talvez em futuras noites de insônia.
Escrevo e registro impressões, como
hoje, em intervalos das bricolagens.
Releitura de obras... Lembro meus
cavalos de Velázquez e peças de madeira com colagem de isopor. Interesse por
quem utiliza e transforma coisas comuns (Picasso, Hans Arp, Kurt Schwitter,
Leirner).
Terceirizo muita coisa. Reforço
minha preguiça. Tradução pela traição, enfocando o que se tornou icônico.
Trata-se, também, de homenagens, além da incapacidade de ser original.
Aos objetos preexistentes, confiro
a eles novos significados (olha a obsessão!).
Tive na vida, algumas perdas. Falta
de sorte? Aprecio a palavra “jogo”, nas artes – e na vida. Por que não? É algo
positivo.
Com quem não me dou tão bem posso
jogar numa atitude sacana, sem maior maldade. Ironia de quem se ofende.
Subverto criações que não são
minhas.
Ao conhecer melhor um pensador ou
artista, mais fácil ter ideias sobre eles.
Gostaria de errar mais, já que
minha poética é a do erro... Mas me sinto ainda meio conservador.
Não gosto de decepcionar quem eu
mais amo...
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