Podemos pensar em tragédias e
em tragediazinhas. Melhor que não sejam provocadas por nós. Há um consciente
voluntário e um inconsciente involuntário. Inclusive, tragediazinhas podem
ajudar a aclarar as coisas. Para um certo orientalismo crise é perigo e
oportunidade. Não damos conta, muitas vezes, do que ocorre, enquanto a barra
não nos fica pesada. Eis o que vale, também, para a nova fase da vida pública.
E que seja nova, sim, menos voltada para a política como profissão. Freud diz
que a atividade intelectual nos protege contra neuroses. Penso que ela deve ser
bem conduzida e que desejos e deveres que nos impomos, ou que nos são injetados,
possuem um papel na sanidade e nas disfunções. Quando a gente embarca muito
numa ideia ela pode virar monomania ou idolatria e isso não é legal. Ser capaz
de pensar, também, contra si mesmo pode ajudar. É coisa de reversibilidade (você
pensar o que o outro pensa), e isso podemos fazer como num jogo. Caso também da
reciprocidade em que chegamos a sentir o que o outro sente. Assim nos remetemos
ao preceito de não fazer ao outro o que não queremos para nós mesmos. Na
atitude intelectual, podendo ser popular de quem faz samba e provérbios; ou filosófica,
acadêmica, científica, de quem elabora teorias e trabalha como num laboratório,
buscando provas. Podemos produzir conclusões dogmáticas que nos prendem como colete
apertado. De qualquer modo, resta à ponderação dialética encontrar significados
até elucidativos na bússola do próprio eixo. Existe um status quo que nos dá certa clareza, previsão e segurança. Lembro
outra vez o “colete apertado” das crenças, o que pode ferir a lei da mudança.
Sei que costumo me repetir, mas reitero: a lei da mudança é a única que não
muda. Neuroses e doenças, da natureza que somos, não constituem um mal em si. Existe
a possibilidade de uma tomada de consciência sobre o que podemos evitar. Que
tal uma agendiazinha de autoajuda? Assim como o cão, livros chegam a atuar como
grandes amigos. Livros, leitura de bons autores, ser mais seletivo com relação
a programas televisivos, não ver cultura e o facebook apenas como
entretenimento, cultivar amigos que não só nos paparicam, isso e outras medidas
podem tornar a vida mais saudável e aprazível.
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