30/10/2014

NEUROSES E TRAGÉDIAS



Podemos pensar em tragédias e em tragediazinhas. Melhor que não sejam provocadas por nós. Há um consciente voluntário e um inconsciente involuntário. Inclusive, tragediazinhas podem ajudar a aclarar as coisas. Para um certo orientalismo crise é perigo e oportunidade. Não damos conta, muitas vezes, do que ocorre, enquanto a barra não nos fica pesada. Eis o que vale, também, para a nova fase da vida pública. E que seja nova, sim, menos voltada para a política como profissão. Freud diz que a atividade intelectual nos protege contra neuroses. Penso que ela deve ser bem conduzida e que desejos e deveres que nos impomos, ou que nos são injetados, possuem um papel na sanidade e nas disfunções. Quando a gente embarca muito numa ideia ela pode virar monomania ou idolatria e isso não é legal. Ser capaz de pensar, também, contra si mesmo pode ajudar. É coisa de reversibilidade (você pensar o que o outro pensa), e isso podemos fazer como num jogo. Caso também da reciprocidade em que chegamos a sentir o que o outro sente. Assim nos remetemos ao preceito de não fazer ao outro o que não queremos para nós mesmos. Na atitude intelectual, podendo ser popular de quem faz samba e provérbios; ou filosófica, acadêmica, científica, de quem elabora teorias e trabalha como num laboratório, buscando provas. Podemos produzir conclusões dogmáticas que nos prendem como colete apertado. De qualquer modo, resta à ponderação dialética encontrar significados até elucidativos na bússola do próprio eixo. Existe um status quo que nos dá certa clareza, previsão e segurança. Lembro outra vez o “colete apertado” das crenças, o que pode ferir a lei da mudança. Sei que costumo me repetir, mas reitero: a lei da mudança é a única que não muda. Neuroses e doenças, da natureza que somos, não constituem um mal em si. Existe a possibilidade de uma tomada de consciência sobre o que podemos evitar. Que tal uma agendiazinha de autoajuda? Assim como o cão, livros chegam a atuar como grandes amigos. Livros, leitura de bons autores, ser mais seletivo com relação a programas televisivos, não ver cultura e o facebook apenas como entretenimento, cultivar amigos que não só nos paparicam, isso e outras medidas podem tornar a vida mais saudável e aprazível. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário