A casa,
extensão do nosso corpo, em momentos, fechada para reforma. O problema é a
gente continuar dentro. Desarrumar para arrumar. A sensação de que nas partes
vazias, poucos móveis encobertos, paredes sem quadros. Esculturas, bonequinhos
da Comédia de Arte italiana, objetos artesanais foram passear. Pode-se comentar
a ausência de alma. No pensatório, oficina literária, agora, até cama ao lado
do computador e dos livros. Instrumentos musicais guardados, parece assalto de bárbaros.
Gerado certo desequilíbrio. Uma só pessoa mexendo nas coisas dá até para fazer
meditação transcendental. Mais de um ajudante, e se ele ficar falando, ou alguém
que dirige as mudanças, pode ocorrer um tormento. Sob pressão, para onde vai a
responsabilidade? O incrível na algaravia: chegam a surgir preciosas soluções,
mesmo quando há choque de ritmos. Talvez
a ação silenciosa produzisse, também, efeito positivo. Abaixar, levantar, dores
lombares pelo esforço físico. Tropeços e resfôlegos, por vezes escancarando o resolvido.
Na pausa escrevo, ouvindo música.
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