22/10/2014

E BATE O BUMBO




A casa, extensão do nosso corpo, em momentos, fechada para reforma. O problema é a gente continuar dentro. Desarrumar para arrumar. A sensação de que nas partes vazias, poucos móveis encobertos, paredes sem quadros. Esculturas, bonequinhos da Comédia de Arte italiana, objetos artesanais foram passear. Pode-se comentar a ausência de alma. No pensatório, oficina literária, agora, até cama ao lado do computador e dos livros. Instrumentos musicais guardados, parece assalto de bárbaros. Gerado certo desequilíbrio. Uma só pessoa mexendo nas coisas dá até para fazer meditação transcendental. Mais de um ajudante, e se ele ficar falando, ou alguém que dirige as mudanças, pode ocorrer um tormento. Sob pressão, para onde vai a responsabilidade?  O incrível  na algaravia: chegam a surgir preciosas soluções, mesmo quando há choque de ritmos.  Talvez a ação silenciosa produzisse, também, efeito positivo. Abaixar, levantar, dores lombares pelo esforço físico. Tropeços e resfôlegos, por vezes escancarando o resolvido. Na pausa escrevo, ouvindo música.  

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