Vivemos tempos complicados, e a
crise não é só política. Complicados em termos tanto sociais como culturais. A
marca que o tempo imprime, para percebê-la necessário envelhecer. A duração não
aparece de imediato. O tempo corre de modo inexorável. Relembrar o
passado afim de se compreender o presente? De fato, aprender com o passado.
Debates políticos em que só ocorrem agressões, sem projetos de melhoria para a
sociedade e os cidadãos, acontecem no passar dos séculos. Lembrar a História com
a intensidade do presente. Grande a distância entre a juventude e a maturidade.
As transformações do mundo e as das pessoas possuem nuances que nem sempre captamos.
De qualquer modo nossa época é menos de frivolidades, chamando atenção para o
que sucede ao nosso redor. Pensar só em termos de vencedores e vencidos,
havendo desigualdades incríveis para a sobrevivência humana com bolhas
estourando não só financeiramente como nas consciências. A maneira de se comportar,
de falar, de idolatrar e menosprezar, assim como a arte e a vida, apresentam
diferenças e semelhanças históricas. Qual a nossa direção evolutiva? Só
criticar a sociedade burguesa ou culpar o populacho não basta. Sinto a importância
de um olhar mais distanciado, enfocando ética, moral e espiritualidade. A
facilidade das comunicações através da internet, das redes sociais e de blogs,
sugere nova cartilha. Oportunidade a não se perder. Momento que nos reserva
surpresas de todo tipo, antes inimaginadas. Antevisão de sequências de alto impacto!
Violências explícitas, hoje cozinhadas na mídia diária e outras, talvez, muito
piores, gerando ceticismo e descrença no potencial humanizador. Sementes de
incômodos são plantadas com frequência. Faltaria um olhar frio e microscópico
sobre os acontecimentos? Há coisas tão gritantes... Até quando a clivagem do
certo e do errado, do bom e do mau, dominará a cena, sem que haja melhor explicitação?
Quanto descuido e narcisismo no ato de se expressar e fotografar nas redes sociais!
A rotina de imagens banais, como se a vida fosse um eterno gozo. Por vezes nos
surpreendemos com um humor contextualizado de alta qualidade. Lances sutis sobre a selvageria reinante,
longe do bom selvagem. Brilhos na mídia disponível. Os dos cartunistas chega a
ser mais revelador do que denúncias, no bate-boca de interesses
mesquinhos. Não basta o hilário dramatizado. Sei que um “olhar superior” requer
cuidados, precisa estar mais rente às pessoas com quem se comunica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário