Imagino
jogo de xadrez entre um vivo e um morto. Não seria novidade desde que Ingmar
Bergman fez “O sétimo selo” (v. meu livro “Cinema com pipoca”). Cientistas em
disputa. Um, materialista, e outro aberto à espiritualidade e transcendência.
Competição entre criacionistas e quem defende os de “percepção de realidade”,
tida como errada. Uns acreditam no “além”... Mesmo entre os que creem que o
universo foi criado em sete dias há os que duvidam ou negam o “além”, de forma
peremptória. Não aceitam a relação entre vivos e mortos, embora vislumbram
milagres e anjos, bons e maus.
Nossos
brilhantes “sábios de carteirinha” falam dos chamados “idiots-savants”, gente
com deficiência mental mas dada a proezas de memória ou a fazer contas complicadas
num piscar de olhos. Somemos a conclusão de físicos importantes e de quem acha
que a religião prejudica a ciência, os tolerantes e os que acreditam que a física
acabará dando as mãos à metafísica.
Idiotice,
de fato, a minha ignorância enfrentar uns e outros numa partida de xadrez. Como
aprendi em conto de Malba Tahan, o jogo pode ocorrer entre dois campeões,
eu, competindo com ambos, mas apenas reproduzindo os lances de um contra o outro.
Certo que em áreas distintas, um tapume nos separando. O vencedor lavaria as mãos,
como Pilatos.
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