Na medida em que os anos passam
penso que é natural a gente fazer uma retrospectiva de vida. De onde partimos e
a que lugar chegamos. A busca da última explicação, chave para se compreender a
vida é um belo desafio. O grande mestre Lauro de Oliveira Lima, do alto de sua sábia
erudição, vai pontuando o que atinge raízes do nosso proceder existencial. Qual
a minha e a sua visão, amigo com quem procuro trocar opiniões? Falo de cosmovisão,
o que orienta de forma mais ou menos consciente atitudes e comportamentos... Imaginamos
ter nascido prontos ou que vamos influindo e recebendo influências do meio em
que se vive? No social, a cultura; na cultura, tudo o que o homem faz, mais os símbolos
e os valores. Algo inatista, bíblico ou espiritualista, traçando linhas e nos embebendo
de manchas, ou comandos pelas respostas esperadas, numa espécie de condutismo
reflexológico. Como os cães de Pavlov aprendemos a salivar ao soar da campainha,
preparados para o primeiro grande prazer da vida que é o se alimentar. Em nosso
caso, comida para o corpo e a alma, o que faz bem e o que faz mal. Inatismo, culturalismo
e interacionismo a nutrição das psicologias presentes no dia a dia. Lauro, nos seminários
de dinâmica de grupo e nos livros que escreveu, procura nos levar a uma racional
tomada de consciência. É como entender de onde viemos e para onde estamos indo...
Maneira de não caminhar como um inconsequente, figura imperial ou irreparável fracassado.
É. Última análise: somos senhores da própria existência na sanidade ou na loucura.
Quero dizer que não adianta buscar a a culpa fora de nós. Agimos como motor
movente, com consciência ou não. Aí, só resta a misericórdia divina que nunca
falta para quem crê, enquanto se paga o resgate. Fora do ato de reencarnar, na
vida e na morte, não existe explicação.
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