29/08/2014

DURO NA QUEDA



A gente vai se habituando a seguir os outros. Antes houve a forte influência da família, desde a gestação e o nascimento. Pais, a escola e os adultos têm expectativas muitas vezes fora do que desejaríamos para nós. A maneira de encarar a vida vai sendo forjada pelo meio social. Professores, religiosos, quem educa e doutrina, todos submetidos também a influências que vão sendo passadas de pessoa a pessoa. Ninguém é uma ilha, cercado por muralha, ou se sente vazio como folha em branco. No processo de socialização entram outras crianças, jovens e quem vemos como ídolos e heróis. As pessoas cultuam verdades e hábitos como esparadrapos na própria pele. Chegam a defender o implante com unhas e dentes, desde que não se exponham a novas “próteses”... Parece que aprender é só reproduzir. E se muitos repetem o que assimilaram, fazendo coro, surge a impressão de se pertencer ao mesmo rebanho, uma comunidade de semelhantes. O que oferece sensação de alguma segurança. Quando se fala em costumes, bom senso e reciprocidade quase que só há repetição de atitudes e comportamentos. Pensamos, sentimos, temos sensações e, por vezes intuições. Em cada pessoa predomina, em certas circunstâncias, um desses pontos cardeais. Quando acontece de um deles estar sempre presente, o “relógio” fica um tanto bagunçado. Surge o que se pode chamar de traço de personalidade. Mania de pensar muito, de estar sempre avaliando, de sonhar acordado, de querer perceber só com olhos e mãos. Tendências precisam ser revistas e corrigidas quando exageradas. Por mais duro na queda, não passamos de massa manobrável. Há modelos a seguir ou obedecer. Melhor que a decisão de mudar parta de nós. Maleabilidade se adquire com disposição ou não acontece quando queremos. Natural que, com o tempo, cresça o desejo de saber quem somos nós e qual o sentido de nossa presença no mundo. Melhor se sentir na própria pele e sem esparadrapos.

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