A gente vai se habituando a
seguir os outros. Antes houve a forte influência da família, desde a gestação e
o nascimento. Pais, a escola e os adultos têm expectativas muitas vezes fora do
que desejaríamos para nós. A maneira de encarar a vida vai sendo forjada pelo
meio social. Professores, religiosos, quem educa e doutrina, todos submetidos
também a influências que vão sendo passadas de pessoa a pessoa. Ninguém é uma
ilha, cercado por muralha, ou se sente vazio como folha em branco. No processo
de socialização entram outras crianças, jovens e quem vemos como ídolos e heróis.
As pessoas cultuam verdades e hábitos como esparadrapos na própria pele. Chegam
a defender o implante com unhas e dentes, desde que não se exponham a novas
“próteses”... Parece que aprender é só reproduzir. E se muitos repetem o que
assimilaram, fazendo coro, surge a impressão de se pertencer ao mesmo rebanho,
uma comunidade de semelhantes. O que oferece sensação de alguma segurança.
Quando se fala em costumes, bom senso e reciprocidade quase que só há repetição
de atitudes e comportamentos. Pensamos, sentimos, temos sensações e, por vezes
intuições. Em cada pessoa predomina, em certas circunstâncias, um desses pontos
cardeais. Quando acontece de um deles estar sempre presente, o “relógio” fica
um tanto bagunçado. Surge o que se pode chamar de traço de personalidade. Mania
de pensar muito, de estar sempre avaliando, de sonhar acordado, de querer
perceber só com olhos e mãos. Tendências precisam ser revistas e corrigidas
quando exageradas. Por mais duro na queda, não passamos de massa manobrável. Há
modelos a seguir ou obedecer. Melhor que a decisão de mudar parta de nós.
Maleabilidade se adquire com disposição ou não acontece quando queremos.
Natural que, com o tempo, cresça o desejo de saber quem somos nós e qual o sentido
de nossa presença no mundo. Melhor se sentir na própria pele e sem esparadrapos.
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