Imagine
um psiquiatra, dos muitos conhecidos, buscando apoio no olhar simples de uma
cozinheira. Algo fora do comum, pelo zelo corporativo desse tipo de
profissional. E ainda por cima, um psiquiatra no além. Cartas solicitando conselhos,
endereçados ao médico, são respondidas por alguém não especialista na medicina
ortodoxa – a cozinheira. Talvez aí, visão mais humana, simples e cotidiana. Alguns
reparos do Dr. Inácio, mas a essência do diagnóstico partindo da simpática Anastácia
(este o nome dela). Estamos num hospital psiquiátrico voltado para o tratamento
de médiuns, em outra dimensão, fora de nosso mundo físico. Extraí alguns dados
do livro “No Divã de Anastácia”, de Inácio Ferreira (ed. LEEPP), psicografado por Carlos A.
Baccelli. Destaco o que mais me tocou, admitindo a possibilidade de alguma deformação
interpretativa.
As dúvidas
sobre o mundo espiritual têm a ver com os conceitos de matéria e carne. A noção
de perispírito, estado de que se veste o humano depois que morre, inclui os
elementos químicos e físicos de matéria e carne. Os mesmos fenômenos que acometem
o corpo das criaturas terrestres estão presentes no perispírito. O mundo
espiritual é o perispírito do mundo físico.
Desde que
o nome não é a coisa (lembro o preconceito medieval que vê o contrário) – diz
Inácio que a carne é apenas uma das expressões da matéria. E matéria – aprendemos
–, é energia condensada. A energia existe em estados que desconhecemos.
Morte ou
reencarnação é renascimento em um outro corpo. Tudo sempre reencarna nos chamados
mundo espiritual e mundo físico. Reencarna e desencarna, como os átomos e as células.
E a
reprodução através do sexo, como acontece entre nós, não ocorre com os espíritos,
mas com os perispíritos. O sexo é de ordem mental – o corpo, apenas veículo do
desejo. Há formas de amor, cujos meios variam, deixando de ser grosseiros. A
criação divina é um ato de amor. O criador é pai e mãe. Isto é sabido desde a antiguidade.
Os homens fazem sexo, os “anjos” fazem amor.
A imagem
de que o mundo espiritual é semelhante ao céu precisa ser repensada. A ascensão
é dura. Lá existem camadas, dimensões, níveis... Uma esplendorosa alegria e o
que produz muita tristeza. Existem verdades que todos precisamos conhecer.
Trevas mais ou menos sutis e momentos e áreas da mais sublime luminosidade.
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