Futebol, como arte popular, e as outras artes são
instâncias de manifestação da expressividade que me diz respeito.
Tenho uma declaração a desembutir. Qual a
expectativa face a quem me lê? Influencia meu estilo? A configuração da forma
ocorreu com maior precisão bem tarde. Hoje me encontrou, ou seja, só faz pouco
tempo que me retratei nela. A subjetividade possui planos, até parece que
psicografo a mim mesmo. Isso, acredito possível. Algo que espero distinto de um
estado de puro egocentrismo. Reconheço minhas deficiências, tais os condicionamentos
injetados desde que nos entendemos como seres pensantes. Provável ilusão é
achar que me solto ao escrever. Além de repercutir muito do que vou lendo e ouvindo,
sem falar em vivências tidas como exclusivas, existe o fato de que, sem
fórceps, extraio coisas até inimaginadas de covas interiores. Leitura requer
certa prática a fim de que se extraia das palavras sentidos inéditos. Não se compreende
o que não faz parte do vivido pelo interlocutor. A pressa pode ser inimiga do
entendimento. Em contato com escritores mais conceituais e abstratos, costumo
fragmentar o discurso deles captando o pouco que apreendo. Chego a me utilizar do
visgo para meu próprio modo de compreender. O jeito da minha escrita se dá bem
com a aderência de ideias outras a propiciar o necessário balanço de forma e conteúdo.
Ultimamente busco maior fundamentação para noções pinçadas aqui e ali. Não cultivo
o devaneio de ser o único gerador do que jorra. Aprecio o que está além do público
leitor, a gente se vendo como integrante dessa coletividade. Não a priorizo na
relação que tenho com ela. Importante eu me sentir no que faço. Não nego o
prazer advindo ao perceber que alguns leitores participam comigo da mesma
órbita.
(Aqui reescrevo o postado em 18.7.14)
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