20/07/2014

PINGANDO OS “IS”



Futebol, como arte popular, e as outras artes são instâncias de manifestação da expressividade que me diz respeito.
Tenho uma declaração a desembutir. Qual a expectativa face a quem me lê? Influencia meu estilo? A configuração da forma ocorreu com maior precisão bem tarde. Hoje me encontrou, ou seja, só faz pouco tempo que me retratei nela. A subjetividade possui planos, até parece que psicografo a mim mesmo. Isso, acredito possível. Algo que espero distinto de um estado de puro egocentrismo. Reconheço minhas deficiências, tais os condicionamentos injetados desde que nos entendemos como seres pensantes. Provável ilusão é achar que me solto ao escrever. Além de repercutir muito do que vou lendo e ouvindo, sem falar em vivências tidas como exclusivas, existe o fato de que, sem fórceps, extraio coisas até inimaginadas de covas interiores. Leitura requer certa prática a fim de que se extraia das palavras sentidos inéditos. Não se compreende o que não faz parte do vivido pelo interlocutor. A pressa pode ser inimiga do entendimento. Em contato com escritores mais conceituais e abstratos, costumo fragmentar o discurso deles captando o pouco que apreendo. Chego a me utilizar do visgo para meu próprio modo de compreender. O jeito da minha escrita se dá bem com a aderência de ideias outras a propiciar o necessário balanço de forma e conteúdo. Ultimamente busco maior fundamentação para noções pinçadas aqui e ali. Não cultivo o devaneio de ser o único gerador do que jorra. Aprecio o que está além do público leitor, a gente se vendo como integrante dessa coletividade. Não a priorizo na relação que tenho com ela. Importante eu me sentir no que faço. Não nego o prazer advindo ao perceber que alguns leitores participam comigo da mesma órbita.

(Aqui reescrevo o postado em  18.7.14)

Nenhum comentário:

Postar um comentário