Ao traduzir as emoções em imagens, isto é, o encontro das imagens
que se ocultavam nas emoções, contribui para se readquirir o bem-estar.
A consequência de ações traumáticas tende a ser a retenção do que
nos faz lembrar esses momentos, carga para ansiedades, angústia e depressão.
Conteúdos que o inconsciente guarda podem produzir “rachaduras”,
ou seja, quebras penosas que ferem os
sentimentos, produzindo males físicos e psíquicos.
Daí nossa sugestão de procurar ver-se livre de certas imagens
carregadas de emoção, enfrentando-as. Ocultá-las, a pior viagem.
A imaginação costuma ter um papel aqui, agravando ainda mais o tormentoso
que tende a se apresentar de forma patética e empolada.
Acontece um eriçar, tipo de atrito de unhas raspando na parede. É
o mínimo, vivo, sob o limiar da consciência.
Mesmo que a gente não aprove as emoções suscitadas, por nos
enfermar, se já temos consciência desse fato, como vencer os sentimentos
negativos?
Uma forma, a sugerir a quem consegue, é “pôr” no papel, ou em
outro suporte, palavras, imagens. Há quem usa a internet, muros ou páginas de
leituras.
Faço isso em cadernos que chegam a virar literatura.
Trata-se do registro anotado do que nos perturba e não conseguimos
digerir... o insensato que provoca resistências.
Existe também a terapia da vassoura, do espanador e das
arrumações... Ou se lançar em algum trabalho rotineiro de assistência a
necessitados.
Só que, quando cessar a transpiração, tende a voltar o amordaçado.
Outra maneira, é se fazer ouvir para quem acreditamos possa nos
ajudar. Não esconder nada. O ocultado, na evitação, é fator de distúrbios.
Sonhos nos ajudam a perceber o reprimido... É quando se anseia por
interrompê-los.
Quem ouve precisa controlar o desejo de logo aconselhar, sem maior
identificação com os sentimentos e pensamentos do outro.
Por mais infernal que tudo pareça, graças aos elementos que podem
ser solenes e ridículos, o labirinto possui saídas.
Nada é “só sim” ou “só não”. Opostos interagem, mas, um deles é o
agente (problema). O outro polo é o abrangente (paradigma).
Distinguir isso e alterando os papéis de abrangente e agente
quando for o caso.
A reflexão se encurta, e nem sempre ajuda, quando dizem: “O
problema é físico, não há jeito. A pessoa precisa ser medicada”...
É comum, também, a busca escapista do entretenimento. Como se isso
bastasse para resolver o problema.
Aqui ocorre um adiamento, o problema retornando com maior força e
ímpeto. A gente não deve fugir de si mesma.
Leituras, filmes, a arte praticada e o seu fruir, jogos e o esporte,
a espiritualidade em ricas vivências, dedicação familiar, com a
profissão, voltar-se ao bem comum (sem hipocrisia), tudo isso pode colaborar.
Caso contrário é o sofrimento como sinalização sobre o que precisa
mudar.
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