17/07/2014

COISAS DE FUTEBOL



Somos um vexame... Não só isso. Embora entenda pouco de futebol, meu interesse ressurgiu desde que li “Veneno Remédio”, de José Miguel Wisnik, e colunistas como Tostão e Juca Kfouri. Assistindo ao início do Brasileiro, o jogo São Paulo x Bahia, notei alguns bons frutos da Copa. Times com melhor jogo de conjunto, marcando a saída da bola, sem “ligações diretas” (longos lançamentos) e bolas muito altas; bom aproveitamento na área adversária para chutar em gol. Bastante troca de passes, controle emocional, alegria lúdica. O gol do atacante Alan Kardec, ele chegando no cruzamento e trama de toques. Urdidura digna de uma Alemanha. Rogério Ceni cobrando pênalti com acerto e a antiga ótima disposição para defesas e encaminhar jogadas. A equipe campeã da Copa, ao ser lembrada, contribui para gastar o que resta da nossa frustração. Meio campo e os passes sutis de Ganso. Sem o exagero otimista de nossos mentores técnicos, Parreira e Felipão, vejo, no que assisti ontem, a sinalização de mudanças. Que sejam grandes, tais as necessidades, dentro e fora do campo, até as categorias de base. Meu bisneto João Andrade, garoto de 8 anos, frequenta escolinha de futebol e já fala em jogada de conjunto. Mudança de valores e conceitos, jogadores mimados, supervalorização do monetarismo, à mercê de uma mídia que fatura alto em imagens celebérrimas... “Promíscua troca de favores, uma praga nacional, que assola o futebol e o país”, como diz Tostão. Da mesma forma que a publicidade cria e destrói ídolos, isso faz tão mal quanto o massacre por erros técnicos de jogadores, da comissão técnica e do Felipão. Debater o “como” das coisas é mais produtivo e saudável do que “porquês” que sempre levam à causa, da causa, da causa. Ninguém pode afirmar que a atuação de todos não foi séria e que não houve esforço para ganhar. O processo de recuperação de nosso futebol, imagino, será lento. Dos erros se pode encontrar novos caminhos... Essa a grande mensagem de uma Copa que, fora dos prognósticos, deu certo. Que o povo o diga. Metáfora para se acreditar num país que deixa muito a desejar.     

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