Acordo nesta
madrugada com espécie de nó a desfazer. Não sei se chegarei a algum lugar... Ou
melhor, já cheguei aonde estou. Tenho originais sem nada de originalidade.
Imagino que essa frase não é bem minha. O que digo é pra valer mesmo, sob total
responsabilidade de quem a concebeu, ou é plágio, paráfrase, ficção? Meu original
“A arte grotesca”, nele, parafraseei “A arte cavalheiresca do arqueiro zen”,
livro de cabeceira de um grande fotógrafo francês. O nome dele e do autor do
livro não me ocorre no momento. Sempre devemos muito à memória... Reticências
são um escape a proteger nossa ignorância. No caso de “A arte...”, se abusei de
paráfrases eu o fiz com consciência.
Conheço pouco de
Dostoiewisky. Soletrar o nome já me é problema. Enfim, lembro um livro dele
sobre personagem idiota... Qual o nome? Bem. O que quero dizer é que, Deus, se não
existir tudo é permitido (Dostoie... o autor), expressão citada por quem? Falcatruas
que não têm tamanho. Transfiro isso para o meu “A arte grotesca”. A política é
uma coisa perfeitamente desastrosa, mas sem ela tudo seria permitido. Um caos,
não tão pior do que matar Deus.
Assim como já se
disse que... Esqueci o que ia falar. Viva a reticência!
Outra coisa: A
febre da originalidade, como se fôssemos o rei da cocada preta, é doença que me
parece sem cura. Sei que escrevo, como agora, por compulsão. Sem escrever o que
eu faria? Atitude essencialmente dialógica. Preciso me comunicar. Hoje, agora,
por volta das cinco da manhã, se não levantasse para me sentar ao PC... Não conseguiria continuar dormindo.
Dúvida: Escrevo
para mim, ou para ser lido?
Daqui a pouco
volto ao início deste texto, pesquisando para corrigir possíveis erros. Troca
de letras, pontuação inadequada, expressões impróprias, o abuso de artigos, etc.
Assim como não há escritor sem erros (Ruy Barbosa), noção de “universal consenso” (Ruy outra vez),
é que não há ideias infalíveis (esta forma é minha).
Sou pouco prático.
Não promovo o que faço em literatura e arte. Alguns vagidos para me expor, às
vezes, eu timidamente ligado em resultados. Não faço mais teatro, nem
performances. Perdi o narcisismo de achar que sou o tal. Se continuo redigindo,
agora mais como blogueiro (milhares de postagens) é por aquela doença da escrita.
O treino veio de uma Remington igual à do Nelson Rodrigues. Escrevo com os dez
dedos. Recebo críticas sobre o delírio nas matérias para blogs e facebook. Os
140 caracteres do Twitter me ajudam a essencializar. Lembro a lição de G.W.G.
Moraes: “Redigir é reduzir”. Só lembro, na maioria das vezes.
Administro mal o
meu tempo, embora ultimamente escreva todas as manhãs. Hábito de meses
recentes.
Vivo cercado de
imagens. Nas paredes da casa fotos, pinturas e algumas esculturas. No pensatório
levanto a cabeça... Dá para dialogar com histórias, contextos, através do que
emoldurei. Sensação de que existo, tenho
algo a contar. Livros e filmes por todos os lados.
É. O meu forte são
as palavras e as imagens. Estas, sem aquelas, pesos mortos. Aquelas sem
estas... Quero dizer, palavras sem imagens, pouco expressivas.
Em literatura
preciso tomar cuidado com as imagens. Se escrevo para ser lido, imagens
invadiriam o campo do leitor, desestimulando-o a desenhar à sua maneira. Isto é
interessante: gerar possibilidades de se percorrerem outros caminhos, não só os
mostrados pelo escritor.
Bocejo... É que, só
falar... Pois falo quando escrevo, muitas vezes literalmente, quando corrijo a
virgulação, corto palavras repetidas, não insisto nos verbos auxiliares...
Agora, quis salvar
o texto para encerrá-lo... O PC, com o humor que lhe é próprio, disse não poder
concluir o salvamento. Bem. Escrever mais um pouco? Sei que, depois, vem a
tarefa de revisão. Penso em voltar para a cama... Vou salvar... Não consigo...
O PC fala em “erro de permissão do arquivo”... O que é isso?! Vou deixar o texto
assim na telinha e ver o que acontece.
Correções
feitas: Dostoiévski; Cartier Bresson (fotógrafo francês); Eugen Herrigel (A
arte cavalheiresca...); “O Idiota” (Dostoiévski)... O google ajudou. Também
melhorei a pontuação. Cortei verbos auxiliares repetidos, o excesso de “um”.
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