02/06/2014

Tido como...




Acordo nesta madrugada com espécie de nó a desfazer. Não sei se chegarei a algum lugar... Ou melhor, já cheguei aonde estou. Tenho originais sem nada de originalidade. Imagino que essa frase não é bem minha. O que digo é pra valer mesmo, sob total responsabilidade de quem a concebeu, ou é plágio, paráfrase, ficção? Meu original “A arte grotesca”, nele, parafraseei “A arte cavalheiresca do arqueiro zen”, livro de cabeceira de um grande fotógrafo francês. O nome dele e do autor do livro não me ocorre no momento. Sempre devemos muito à memória... Reticências são um escape a proteger nossa ignorância. No caso de “A arte...”, se abusei de paráfrases eu o fiz com consciência.
Conheço pouco de Dostoiewisky. Soletrar o nome já me é problema. Enfim, lembro um livro dele sobre personagem idiota... Qual o nome? Bem. O que quero dizer é que, Deus, se não existir tudo é permitido (Dostoie... o autor), expressão citada por quem? Falcatruas que não têm tamanho. Transfiro isso para o meu “A arte grotesca”. A política é uma coisa perfeitamente desastrosa, mas sem ela tudo seria permitido. Um caos, não tão pior do que matar Deus.
Assim como já se disse que... Esqueci o que ia falar. Viva a reticência!
Outra coisa: A febre da originalidade, como se fôssemos o rei da cocada preta, é doença que me parece sem cura. Sei que escrevo, como agora, por compulsão. Sem escrever o que eu faria? Atitude essencialmente dialógica. Preciso me comunicar. Hoje, agora, por volta das cinco da manhã, se não levantasse para me sentar ao PC...  Não conseguiria continuar dormindo.
Dúvida: Escrevo para mim, ou para ser lido?
Daqui a pouco volto ao início deste texto, pesquisando para corrigir possíveis erros. Troca de letras, pontuação inadequada, expressões impróprias, o abuso de artigos, etc. Assim como não há escritor sem erros (Ruy Barbosa),  noção de “universal consenso” (Ruy outra vez), é que não há ideias infalíveis (esta forma é minha).
Sou pouco prático. Não promovo o que faço em literatura e arte. Alguns vagidos para me expor, às vezes, eu timidamente ligado em resultados. Não faço mais teatro, nem performances. Perdi o narcisismo de achar que sou o tal. Se continuo redigindo, agora mais como blogueiro (milhares de postagens) é por aquela doença da escrita. O treino veio de uma Remington igual à do Nelson Rodrigues. Escrevo com os dez dedos. Recebo críticas sobre o delírio nas matérias para blogs e facebook. Os 140 caracteres do Twitter me ajudam a essencializar. Lembro a lição de G.W.G. Moraes: “Redigir é reduzir”. Só lembro, na maioria das vezes.
Administro mal o meu tempo, embora ultimamente escreva todas as manhãs. Hábito de meses recentes.
Vivo cercado de imagens. Nas paredes da casa fotos, pinturas e algumas esculturas. No pensatório levanto a cabeça... Dá para dialogar com histórias, contextos, através do que emoldurei. Sensação de que  existo, tenho algo a contar. Livros e filmes por todos os lados.
É. O meu forte são as palavras e as imagens. Estas, sem aquelas, pesos mortos. Aquelas sem estas... Quero dizer, palavras sem imagens, pouco expressivas.
Em literatura preciso tomar cuidado com as imagens. Se escrevo para ser lido, imagens invadiriam o campo do leitor, desestimulando-o a desenhar à sua maneira. Isto é interessante: gerar possibilidades de se percorrerem outros caminhos, não só os mostrados pelo escritor.
Bocejo... É que, só falar... Pois falo quando escrevo, muitas vezes literalmente, quando corrijo a virgulação, corto palavras repetidas, não insisto nos verbos auxiliares...
Agora, quis salvar o texto para encerrá-lo... O PC, com o humor que lhe é próprio, disse não poder concluir o salvamento. Bem. Escrever mais um pouco? Sei que, depois, vem a tarefa de revisão. Penso em voltar para a cama... Vou salvar... Não consigo... O PC fala em “erro de permissão do arquivo”... O que é isso?! Vou deixar o texto assim na telinha e ver o que acontece.

Correções feitas: Dostoiévski; Cartier Bresson (fotógrafo francês); Eugen Herrigel (A arte cavalheiresca...); “O Idiota” (Dostoiévski)... O google ajudou. Também melhorei a pontuação. Cortei verbos auxiliares repetidos, o excesso de “um”.

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