Ao falar em conflito já se pensa logo em
violência explícita, agressões de natureza física. Existe algo não muito menos
palatável: informação através do que se vê e ouve, ao mesmo tempo, alimento da
mídia televisiva, de difícil digestão. Nossa galeria interior de fatos tristes,
criminosos e horrendos encontra paralelo em publicações impressas, quando a decodificação
de mensagens é facilitada. E onde se pode escolher o que consumir. Só que melhor
é selecionar o que cabe no espírito e nele faz bem. Passar os olhos rapidamente
aqui; uma leitura mais dinâmica ali; segmentos que interessam ou não. No caso
televisivo a figura do ilícito violento lhe invade a privacidade, sem se
desculpar. O pressuposto: tudo cabe na mídia. A escolha manda mudar de cena ou nela
permanecer. Quando se repete, de um canal para outro, o jeito é usar o controle
remoto como um soco. Foto em movimento passa e nem tudo se retém; o que se vê e
lê no papel é como se estivesse gravado na pedra. Propicia maior reflexão,
análise e até estudos aprofundados. No cotidiano do lar, da empresa, da escola e
dos grupos em geral, temos problemas e equívocos, além do declarado conflito, oposição
entre duas ou mais coisas. Muitas delas a serem atribuídas a choques de ritmos
entre as pessoas. Por ritmos entendemos tons de voz, posturas e gestos à mesa
de refeições, odores, maneira de olhar, a forma de se vestir, o que é próprio
dos sentidos corporais. Ritmos da alma, oscilações do humor, querer ou não
querer, exigir ou não, também nessa categoria. Na demonstração de interesse ou
não pelas atitudes ou palavras do outro; o que se nota objetivamente e o que se
sente ou intui; o interesse ou não com relação a coisas evidentes ou imaginadas
(o evidente é evidente para quem?); preferências estéticas, éticas ou morais; esbarros
de efeitos diversos a potencializar bons ou maus estímulos. Hoje se fala muito
em astral, ou seja, clima de boas ou más vibrações... Quem ou o quê contribui
para isso? Há muitas microdecisões a serem tomadas a cada instante. O que não é
fruto do desejo e do poder sem limites do pensamento?
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