Com a idade avançada parece que certas coisas vão
ficando mais claras. Numa sociedade cuja marca essencial é o corporativismo, e
aí se encaixam noções como monetarização, capitalismo, vantagens a qualquer
“preço” (inclui, além do dinheiro, as premissas moralidade e ética), o polo
oposto seria o das trocas. Em vez do compra e vende: “eu lhe dou aquilo de que
você precisa, e recebo em troca o que não lhe faz falta”. Tipo de relação em
que nada precisa ficar explicitado. Uma pessoa acreditando na outra parece
sonho romântico como o de filósofos frustrados com a azáfama do dia a dia.
Aliás, lembro minhas decepções com pessoas, quando por dificuldades financeiras
eu me punha a colaborar em questões operatórias (pensando na troca de favores),
e recebia de volta um balaço na alma. Meu apoio, sentido como magnânimo, na
outra parte eu via assim: “ou você me paga, ou nada feito”. Esforços, recebendo
um bafejo, ar que só sai da boca, não do coração. Adeus amizade. Eu me afastava
decepcionado. Então, hoje, como aparecem na mídia certas divulgações a
prenunciar atividades, como fracassos anunciados, reflito. Se se trata de iniciativas
prejudicadas pelo que soa mais natural, como partos de gente ou de produtos,
sem ou de baixa remuneração, pé atrás, amigos! O lado do capital deve ser posto
de molho.
Para maior transparência menciono duas situações, hoje
insinuadas ou debatidas. A do parto natural face ao abuso de cesáreas, e o
surgimento de livros digitais. Duas alas que atacam tais procedimentos seriam a
médica e a produção comercial de obras impressas em papel. Autores de livros de
capa e papel também podem pertencer a esse rol.
O assunto poderá exigir amplas discussões, o que já começa a ocorrer
principalmente na área obstétrica. Por enquanto a principal elucubração diz
respeito à tendência de tudo ter um preço. O que inclui seres humanos pela condição
econômica estampada na testa, na pele, e nos bens fixos e móveis.
Claro
que se incluem aí pensadores de toda espécie: gente da ciência, filosofia,
marqueteiros, opinantes de assuntos gerais, etc. Existem ainda inquisitores
mediavalescos... Que fique claro que não propomos nenhum ismo como
bem-aventurança, entre os sistemas políticos e individuais conhecidos. Que se
reflita sobre o que é mais energético para nós, humanos combalidos em um
planeta na uteí. Existe campo fértil, onde se incluem medicina ortodoxa e
tratamento de natureza holística; editoras de livros impressos e publicações de
autor em e-books. A concorrência aqui não recomenda golpes de misericórdia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário