No amanhecer,
antes de me levantar, sonhei com uma pessoa bastante sensível, aberta e
prestativa, amiga dos meus tempos de professor na faculdade. Na relação com os
alunos G. era mais atento e colaborador, solucionando problemas de tarefas
encomendadas pelos professores. Ligava-se aos estudantes e professores, muito
identificado com a parte operatória das obras que ajudava a realizar. Eu me
dava muito bem com ele, trocando ideias, suas soluções sempre prontas. Minhas
aulas com vivências, performances e teatro, G. apoiando nos esforços físicos e
subjetivos. Sempre encaminhava, com os alunos, soluções para as partes plástica
e bi-dimensionais. Sei que, muitas vezes, os resultados iam além dos esforços
dos envolvidos. Sempre humilde, numa atitude mais amorosa do que subserviente.
Sem se atribuir maior valor, na minha época, chegou a participar de exposições artísticas,
abiscoitando prêmios em concursos.
Depois de
aposentado, trabalhei ainda algum tempo dando aulas, com o desvelo desse amigo.
Praticamente ele era o responsável pela oficina de artes, cuidando do mínimo de
infraestrutura que o apoio aos estudantes exigia. Se dependesse de G., acredito,
a faculdade ofereceria melhores condições materiais para o desempenho de professores
e alunos. Quando deixei as aulas recebi um aperto de mão e abraço dessa pessoa
afetuosa. Tenho alguns pequenos trabalhos de G., como lembranças que preservo
com o maior carinho. Tempos depois, acompanho na internet a passagem dele, por
um outro país, onde mostrou uma de suas
mais premiadas criações. Hoje, estivemos juntos num sonho. Eu o levei para
dormir em casa. Foi bem recebido pela minha mulher. Sempre falando pouco, mas
irradiando sua fraterna amizade. Faço votos para que G. receba sempre o reconhecimento
que lhe é merecido. O nome completo dele: Gilson Santos.
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