18/05/2014

COISAS DO MUNDO





Quando falo em espiritualidade penso em transcendência, que se afigura como essencial não só para uma vivência mais plena do cotidiano.
Reeducar a sensibilidade a fim de propiciar nosso maior desenvolvimento, não só nas interrelações humanas e com as coisas do mundo, mas nos mecanismos lógicos e racionais.
Além dos aspectos mais racionais e técnicos existe algo além das coisas concretas e óbvias do mundo.
Filosofia e ciência se beneficiam quando a mente se alarga com a ajuda da intuição, da fé e do coração.
Existe uma especialização míope só para ver o que está diante do nariz. No caso, a percepção é parcial, com a consequente perda da qualidade de vida.
Transcendência como “pecado” pertence àquela ótica obtusa que provoca a atomização da existência pessoal.
É quando se vira um consumidor exclusivo no cômodo apertado do próprio ramo de tarefas ou na escolha de circunstancialismos como alimento prioritário.
Uma acomodação passiva é a tendência quando o mundo deixou de ser fonte de novas experiências e desafios.
Não se trata de pura e idiota receita encarar a vida e as coisas do mundo como índices de aprendizagem na linha evolutiva.
Nada de patético quando se busca um sentido para o fato de estarmos no mundo. Este não foi feito só para “desfazer” como canta o poeta em momento de pessimismo.
Tomar como “sentido” a noção de que o mundo e a vida existem como escola, para a evolução espiritual, é inteligente e desafiador.
A consciência de que estamos vivendo momento caótico, de profunda confusão face a valores, pode ser oportunidade para saltos especulativos sob a égide da fé.    
Há tipos de fé, no bem e no mal. Dentro da ética e da moral, de que não se faz aos outros o que não queremos para nós, pode ser a gota d’água no incêndio da floresta.

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