Continua a me
intrigar o nome que dou ao que expresso.
A obra “Ninho
de Silêncio” se explica por si. Parece um apêndice do autor, aquela prótese que
se acrescenta ao organismo. Eu me convenço que realizações literárias ou nas
artes visuais possuem respeitosa autonomia. De onde provêm e para onde vão...
Pertencem a uma totalidade, como o círculo ou a esfera. A natureza é o “Um”,
fora do consciente do autor. Sua integração na consciência é tarefa importante
no processo de individuação. É quando viramos totalidade, semente que passa a
ser árvore adulta. “Realização do si-mesmo”, mais do que um simplesmente “Eu”,
incluindo o universo. Ao dizer isso, à luz de
Jung, que se entenda processo como começo continuado. “Não somos”... É como se
estivéssemos sendo. Essa consciência, que inclui o inconsciente, faz pensar
numa rota de chegada sem que nunca se chega ao destino. Uma incompletude. A
determinação está na forma e assim mesmo em grau limitado. Temos a sensação
intuitiva de que o caminho se faz com os próprios passos. Sentir-se assim é não
ter necessidade de se explicar, o que implicaria em liquidar esse tipo de
arquétipo. É como viver sob uma sombra luminosa que engloba todo o aspecto
histórico do inconsciente. Carrega o
repreensível e um certo número de boas qualidades. Talvez pela sombra eu me
sinta muitas vezes torto ou ingênuo, principalmente nas relações burocráticas e
de força, quando se é subjugado por um sistema. É quando sofro por querer exprimir
algo que não sei direito, cuja interface não compreendem. É o estado,
identificado como servindo à minha “poética do erro”. Atuo por circunvoluções,
contornos sinuosos, dificilmente em linha reta. Eu me aproximo da esfera
consciente/inconsciente. A ponte aqui é estabelecida pelo si-mesmo.
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