Tenho
falado contra o abuso do pensamento racional, aquela coisa de fazermos o papel
de “idiotas da objetividade”.
Há
um outro aspecto que é o das fantasias ameaçadoras que nos impedem de assumir
riscos racionais, parcela do crescimento e do viver. Preferimos não resolver o impasse que
permitirá esse desenvolvimento. Manter o que é medíocre, como se nossas
neuroses fossem o mais importante. Vida, trabalho, relações superficiais ou conflituosas,
tudo na base de uma rotina de manipulações consensuais. Loucos por controle,
loucos por poder. Por vezes desempenhamos o papel de quem representa o
desamparado, o estúpido, o grosseiro. Assim por diante. E se buscamos
tratamento psicológico é para melhorar nossas neuroses, não para alcançar a
cura. Quem é louco por controle, acaba sendo controlado. Construímos horários
que acabam nos escravizando. Somos os primeiros a perder a liberdade. Ao invés
de estar no controle, nos esticamos e comprimimos o tempo todo.
É o
caso de não buscar meios de sobrevivência e autorrealização em nós próprios.
Quando nos pôr face a face com o que geramos na forma de bloqueios, inibições?
Quando admitir que temos olhos, ouvidos, músculos, autoridade, segurança?
Sentir-se imobilizado, preso, é uma questão de fantasia. Isso não existe na
realidade. Achamos que não dispomos de recursos. De fato não fazemos uso do próprio
potencial, enquanto conjeturamos expectativas catastróficas. Elas nos impedem
de viver, de ser. Necessário preferir o que se vê, ouve, percebe.
Como no caso de Sidarta, personagem do livro de Herman Hesse, ao virar barqueiro num rio, ouvidos passaram a
dizer muito mais do que qualquer dos grandes sábios. Vamos reassumir nossas partes
rejeitadas da personalidade. Necessário aprender sobre sintomas negativos indicados
pela palavra evitar. Boa pista se tem
nos sonhos, quando se aplica o evitar,
a fim de fugir ao desconforto. As coisas se complicam, começa a confusão. Aí, não
se entende mais nada.
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