Já
se falou em “idiotas da objetividade”. Vamos com calma, nem tanto ao mar, nem
tanto à terra. Sonhos, ideais, utopias, sacações inconscientes devem passar
pelo crivo da razão. Afinal, não se deve desprezar a racionalidade. Só que o
pior e o melhor do mundo dependem dela. Mas o ato de se reinventar, fora da objetividade,
é um bem supremo. Quantos sucumbem no caudal do razoável. Então, vale pôr as
barbas de molho. Quem garante que sonhos e utopias não podem virar realidades?
Sei
que há uma questão de grande interesse: quando a ciência é falha? Podemos até
pensar que a objetividade não existe. A da ciência seria apenas uma questão de
acordo mútuo. Mesmo quando se fala em critério objetivo para um mesmo
acontecimento. Foi cientificamente, porém, que se obteve a primeira prova da
subjetividade (risos). Isto foi com Einstein. Ele descobriu que todos os fenômenos
do universo não poderiam ser objetivos. O observador e a velocidade devem ser
incluídos no cálculo do que ocorre externamente. É sempre o sujeito quem
observa. Não temos muito ideia de como é o universo. E ele é imperfeito (a
Física moderna diz isso). Nossos órgãos de percepção – olhos, ouvidos, tato, e
o prolongamento deles (o telescópio e o computador eletrônico), aonde a
perfeição deles? Mas aceitamos como certa a perspectiva do ser humano de que
nosso mundo, assim como nós o vemos, é o único certo. E isso é pouco.
Outro
ponto é o da expansão da consciência. Muito utilizado, o raciocínio causal. Só
que ele sempre leva à causa, da causa, da causa. E aquelas ocorrências fora da
lógica da causa e efeito, como o estalo imprevisto da madeira que se torna
previsto, você o anunciando (episódio na relação Yung/Freud)? Outro caso pode
ser o arrepio ou a sensação desagradável no momento do desastre com o amigo distante.
Você já deve ter vivido muitas situações em que o raciocínio considerado
objetivo ajuda pouco. Volto a insistir na importância de se valorizar a
expansão da consciência face a fenômenos de sincronicidade. Este termo foi
criado por Jung. Exprime uma coincidência significativa ou uma correspondência
entre um acontecimento psíquico e um acontecimento físico não ligados por uma
relação causal. Sonhos, visões, premonições correspondentes na realidade
exterior. Exemplo que aprecio: índios jurunas, que nunca leram a Bíblia, possuem
lenda semelhante à de Jonas e a baleia. É isso aí.
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