01/04/2014

SER MENOS IDIOTA



Já se falou em “idiotas da objetividade”. Vamos com calma, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Sonhos, ideais, utopias, sacações inconscientes devem passar pelo crivo da razão. Afinal, não se deve desprezar a racionalidade. Só que o pior e o melhor do mundo dependem dela. Mas o ato de se reinventar, fora da objetividade, é um bem supremo. Quantos sucumbem no caudal do razoável. Então, vale pôr as barbas de molho. Quem garante que sonhos e utopias não podem virar realidades?
Sei que há uma questão de grande interesse: quando a ciência é falha? Podemos até pensar que a objetividade não existe. A da ciência seria apenas uma questão de acordo mútuo. Mesmo quando se fala em critério objetivo para um mesmo acontecimento. Foi cientificamente, porém, que se obteve a primeira prova da subjetividade (risos). Isto foi com Einstein. Ele descobriu que todos os fenômenos do universo não poderiam ser objetivos. O observador e a velocidade devem ser incluídos no cálculo do que ocorre externamente. É sempre o sujeito quem observa. Não temos muito ideia de como é o universo. E ele é imperfeito (a Física moderna diz isso). Nossos órgãos de percepção – olhos, ouvidos, tato, e o prolongamento deles (o telescópio e o computador eletrônico), aonde a perfeição deles? Mas aceitamos como certa a perspectiva do ser humano de que nosso mundo, assim como nós o vemos, é o único certo. E isso é pouco.
Outro ponto é o da expansão da consciência. Muito utilizado, o raciocínio causal. Só que ele sempre leva à causa, da causa, da causa. E aquelas ocorrências fora da lógica da causa e efeito, como o estalo imprevisto da madeira que se torna previsto, você o anunciando (episódio na relação Yung/Freud)? Outro caso pode ser o arrepio ou a sensação desagradável no momento do desastre com o amigo distante. Você já deve ter vivido muitas situações em que o raciocínio considerado objetivo ajuda pouco. Volto a insistir na importância de se valorizar a expansão da consciência face a fenômenos de sincronicidade. Este termo foi criado por Jung. Exprime uma coincidência significativa ou uma correspondência entre um acontecimento psíquico e um acontecimento físico não ligados por uma relação causal. Sonhos, visões, premonições correspondentes na realidade exterior. Exemplo que aprecio: índios jurunas, que nunca leram a Bíblia, possuem lenda semelhante à de Jonas e a baleia. É isso aí.  

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