11/02/2014

VIDA E SENTIDO



Em meu livro “A Arte Grotesca”trato do imprevisto e do improvável. Quando se pensa indo no caminho da ética e da moral pretendidas, com relação aos atos que afetam pessoas e instituições, o movimento é o contrário. Aqui funciona o “vice-versa”também. Há o que determina acertos contra aparentes adversidades. E existe o que chamamos de “Ninho de silêncio”(outro livro que escrevi, a virar e-book). Muita omissão de nossa parte face aos deslizes de caráter seja de quem for. No âmbito da política, crenças e costumes, numa certa visagem, podem ser sérios obstáculos. Trata-se de comportamentos condicionados no espaço/tempo históricos. Têm a ver com ideologias de quaisquer índoles. “A morte das ideologias” é falácia. Muitas causas perdidas ao abismo das impossibilidades. Mas acontece, por outro lado, de sermos auxiliados pelo imprevisto e improvável. Mudança de cenário, a incompetência de uns, e atos de adequação de outros, ocorrem nos processos cotidiano e civilizatório. Difícil compreender destinos de pessoas e povos. Até o próprio cabe a nós desvendar.
Os administradores públicos e privados se autoinvestem no traje roto do poder não distributivo. Não ligam ou não entendem que a fonte de qualquer poder emana de onde se dirige. É só haver concentração de bens objetivos e subjetivos, recursos, dinheiro e informações, para que ética e moral se tornem palavras vãs. Autoritarismos e padrões de comportamento que apoiam uma suposta ordem institucional democrática, viram agentes corruptores de almas e corações. Até visionários críticos chegam a cair nessa lama. A quem anistiamos e a quem perdoamos pelos atos antissociais? A começar por nós mesmos, destinados a ser protagônicos, qual o preço pelas falhas acomodatícias? Estamos em condições de não abdicar das responsabilidades humanitárias? Como fica a nossa própria vida face à cooperação e solidariedade? Continuar a falar em “amor ao
próximo”, algo desprovido de sentido no mundo de hoje?

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