02/12/2013

SOMOS INTERROGAÇÕES



Escolhas que fazemos, pensando em pessoas, para cargos e posições, chefias, uniões conjugais e outras têm pouco a ver com um raciocínio lógico-matemático. Se a gente soma dados de vitórias anteriores, o que é visto como qualidades individuais, nem sempre o resultado é alvissareiro. Decisões tomadas de acordo com o espírito quantitativo que medra em nossa sociedade, muitas vezes são equivocadas. Escolhas empresariais baseadas em currículos espetaculares não garantem que o candidato a cargos de chefia terá seus méritos reconhecidos e aceitos pelo grupo de comandados. O homem bonito, cheio de prendas, não alcançará necessariamente o patamar de um bom marido... O oposto poderá angariar tal status. As ideias que se criam entre a atração e a escolha seriam as menos desprezíveis. Ninguém é fonte de sabedoria antes do fato se consumar... E as condições em que a eficiência se manifesta constituem importante fator. Diferenças, mais do que semelhanças, são o que revela o verdadeiro teor dos acontecimentos. Pretender explicar o mundo, através de uma “teoria final” é, hoje, a busca de certos cientistas voltados para a cosmologia. Números e estatísticas pouco ajudam a ciência que se estriba aí. Querer ver para crer, outra armadilha. O que não se percebe – o mistério – pode encontrar a compreensão numa peça até burlesca, como tantas vezes ocorreu com cientistas. Sonhar com cobra mordendo o rabo, o próprio ventre espetado por ferros, a maçã que cai na testa, etc. Despachar o PHD antes que assuma o comando, seja onde for, chegaria a torná-lo um melhor pai de família? E antes que me esqueça: Não existe líder nato. Liderança é fenômeno coletivo. Não depende de qualidades estáticas. Só acontece quando um grupo reconhece a importância do criminoso agregado pela competência em abrir cofres e realizar lobbies. Lembro Tostão no final de um belo artigo (Folha, 1º de dezembro, 2013): A vida e o futebol se passam mais nas indefinições e nas entrelinhas; são as contradições humanas; somos interrogações. (Não pus aspas, por alterar tempo de verbo e a pontuação.)

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