Há coisa pior do que alimentar
preconceitos? Ao flagrar os dos outros, como ficam os nossos, conhecidos ou não
percebidos? É quando precisamos de ajuda. Todos tivemos ou continuamos a ter
mestres em nossas vidas. Gente que nos abriu olhos e ouvidos. O rumo que
seguimos no presente tem pouco a ver com a originalidade de ações e motivos.
Costumamos nos achar os tais na felicidade e vítimas na desdita. Difícil reverenciar
o sol que aquece e ilumina caminhos de um ego inflacionado e cheio de empáfia.
Ao vislumbrar o precioso e o desprezível, quase sempre, sentimos que o mérito nos
pertence. O tributo maior é dos bondosos luminares que nos assessoram direta ou
indiretamente. Voltando à questão dos preconceitos, existe um bem mais tangível, talvez o de ser contra
“coisas desconhecidas”. Acomodados no ramerrão do cotidiano e o apego estreito à
própria especialidade, difícil considerar novas causas e novos efeitos. Pensar
e refletir sobre possibilidades de alguma transcendência não é para qualquer um.
O transcendente e o sobrenatural pertencem à categoria justificada de preconceitos.
Preconceitos de religiosos e racionalistas
existem à saciedade. A vida concreta, de fatos e versões do que acontece, já representa
assédio suficiente. Para que complicar com especulações extraterrenas? Costuma
ocorrer que a gente seja devastado por perdas de pessoas queridas. Tenhamos a
religião que for, enorme quantidade de pessoas busca ouvir sobre quem já não
está neste mundo. Até ateus e agnósticos, ilustres pensadores e cientistas. Eis
um mistério há muito desvendado. Bandeira branca que nos acena do além. Uma
profusão de livros e relatos pessoais, locais de manifestações e mensagens do
mundo invisível vindas de todos os cantos. Trata-se de algo sério para os homens
de ciência, racionalistas e visionários. O que inclui embusteiros a serem desmascarados,
ou os que tiram proveito financeiro, explorando ingenuidade e crendices. A
isenção de tabus e preconceitos faz parte de quem cultiva a própria lucidez. A
credulidade possui exageros e o ceticismo é o recurso dos acomodados. Sei que
existe uma “dúvida metódica”até
saudável. Penso em cientistas que pesquisam na busca de uma “teoria final”
que explique o mundo e a vida. A natureza possui mistérios a serem esclarecidos.
Quem arregaça as mangas?
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