Naqueles dias do curso de filosofia na USP eu me sentia como me sinto hoje. Nunca fui um acadêmico no sentido que se entende. De forma inconsciente não perdi o meu jeito de ser: axiomático, sincopado, cubista, juntando o heterodoxo. O que faço é colagem, obra com palavras ou imagens, fragmentada, incompleta. A desculpa, se é que vale se desculpar: Sou disrítmico. Fisiologicamente disrítmico, sem maior gravidade patológica. Costumo fazer, algumas vezes, essa confissão. Antena a captar em várias direções. Daí meu interesse por Nietzsche, nunca estudado a fundo, lendo e entendendo-o de maneira não sistemática. Sou mais pré-operatório. Aliás, o “filósofo do martelo”, nas palavras de Pondé, nunca me pareceu linear. O fato de como professor de filosofia e artes eu agir mais de forma perceptiva, corporal, privilegiando a dança, esse traço é marcadamente nietzscheano. Sei que não primo pela originalidade, numa vida que é romance sem enredo. Inclusive, essa frase tem a ver com Pedro Nava. De vez em quando lembro quem cito...
O artigo de Luiz Felipe Pondé, saído na Folha, me faz pensar que não estou um filósofo, nem amante do senso comum. Meu consolo é, quando revejo o que fiz em artes e literatura, não saber como as coisas acontecem. Nem saco estórias em filmes de arte. A certeza é que outros já passaram pelo que passei, realizaram algo muito melhor, antes de mim. Certo que sou um intuitivo sujeito a impulsos. O fato de os acadêmicos e artistas sempre escanearem o já produzido, se Kafka fosse vivo – diz Pondé –, escreveria um conto sobre nós (acadêmicos), colocando a gente com cara de ratos. Normatizar e quantificar qualquer produtividade é alimentar, democratizando, quase nada de valor. O mundo, como diria Nietzsche (citação) vomita “ideias modernas”.
O artigo de Luiz Felipe Pondé, saído na Folha, me faz pensar que não estou um filósofo, nem amante do senso comum. Meu consolo é, quando revejo o que fiz em artes e literatura, não saber como as coisas acontecem. Nem saco estórias em filmes de arte. A certeza é que outros já passaram pelo que passei, realizaram algo muito melhor, antes de mim. Certo que sou um intuitivo sujeito a impulsos. O fato de os acadêmicos e artistas sempre escanearem o já produzido, se Kafka fosse vivo – diz Pondé –, escreveria um conto sobre nós (acadêmicos), colocando a gente com cara de ratos. Normatizar e quantificar qualquer produtividade é alimentar, democratizando, quase nada de valor. O mundo, como diria Nietzsche (citação) vomita “ideias modernas”.
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