05/09/2012

EM CADA PASSO

Não é pecado – falo aos céticos e niilistas – pensar em dias melhores. Sei que há um pessimismo renovador, que não nos tira os pés do chão. Algum otimismo chega a produzir vigor físico e moral. Dias melhores... Adquirir capacidade crescente para sensibilizar corações e mentes, num amor incondicional. Promover largueza de espírito. Há sempre novas oportunidades de viver e ser feliz. Só é preciso estar aberto... Muitas as ocasiões para renascer. Ontem, sobre uma exposição de pintores impressionistas (eles inovaram o conceito de arte), você não precisa, como os acadêmicos, terminar a obra com um ponto final. Em cada pincelada, ou mancha, a conclusão. Podemos perceber a constante mobilidade das coisas (o tudo nas coisas!), também sem negligenciar o que nos assedia – inércia e confusão. Otimismo pode ajudar... Não o da mídia impressa e falada, que nos encharca com os piores fatos da vida social. Ver o lado melhor do mundo ensaboa a memória. Sei, também, que a rigidez e o perfeccionismo constituem ameaça. Não acredito no meio termo... Com   paradigmas flexíveis mudando segundo as situações a luz do farol, o maior problema está no ato da escolha. Afinal, não é esta a grande questão, a mais desafiante? Claro que precisamos ir enriquecendo o próprio repertório antes de dobrar a próxima esquina. Quando a verticalidade ativa se opõe à acomodação passiva? Os estímulos da nossa realidade condicionante e consumista estão aí. A boa energia da palavra e da imagem se sanciona  na ação. Por maior a minha imperfeição isto é o que tenho a passar. Eu me vejo nesse espelho.


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