Cheguei,
em minhas postagens na internet, a prever a imoralidade da delação premiada, ao
propiciar traições. Personagem da órbita do poder, acuado, o jeito é nadar de
braçadas com a palavra proibida. Não que eu concorde com os “bandidos”. Acontece
que o passo ético, aqui, fica enlameado. Triste tal instituto tornar-se a forma
mais eficiente de desentupir os canos das ilicitudes. Claro que os problemas
surgem há tempos pela invigília das instituições que não velam na noite dos
crimes. Pena que até com a luz que entra pela janela dos apartamentos, menção
às malas e caixas com 51 milhões de um ex-ministro do Governo. As delações surgem
para compensar o cochilo dos tecnocratas. Mas não há fantasmas no dia claro, a
não ser os que politizam o Ministério Público. O grande Janot, na sua obsessão
pela justiça, impulsionaria o instituto de delações e prisões de indiciados, remédio
amargo do momento para a peste na política e nas empresas. Até aulas de como
delatar teriam ocorrido. No lamaçal do furacão criminoso poucos se salvam. Embora
salpicado de lama, Janot ainda se preserva como um dos justos furiosos ao lado
do companheiro Moro, também, com algumas manchas. No annus horribilis de 2017, tudo em sintonia com a putrefação de nosso
sistema de representação democrática. Mais necessário do que a reforma política
é fazer algo em defesa da ordem jurídica. Para as delações, no fluir das ocorrências,
usar provas colhidas em detrimento dos benefícios concedidos aos delatores é enfraquecer
o próprio instituto. Esforço ingente, também, afim de arredar o pau nos pobres, a pasmaceira e o impasse criado
entre exílios em Nova York ou na Papuda. Que o controle na busca de fatos, instituições
interagindo sob a égide constitucional, daqui para a frente que seja diuturno. Reconstruir
a democracia, tornando-a mais participativa ou a barbárie.
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