11/09/2017

TRAIR POR TRAIR

Cheguei, em minhas postagens na internet, a prever a imoralidade da delação premiada, ao propiciar traições. Personagem da órbita do poder, acuado, o jeito é nadar de braçadas com a palavra proibida. Não que eu concorde com os “bandidos”. Acontece que o passo ético, aqui, fica enlameado. Triste tal instituto tornar-se a forma mais eficiente de desentupir os canos das ilicitudes. Claro que os problemas surgem há tempos pela invigília das instituições que não velam na noite dos crimes. Pena que até com a luz que entra pela janela dos apartamentos, menção às malas e caixas com 51 milhões de um ex-ministro do Governo. As delações surgem para compensar o cochilo dos tecnocratas. Mas não há fantasmas no dia claro, a não ser os que politizam o Ministério Público. O grande Janot, na sua obsessão pela justiça, impulsionaria o instituto de delações e prisões de indiciados, remédio amargo do momento para a peste na política e nas empresas. Até aulas de como delatar teriam ocorrido. No lamaçal do furacão criminoso poucos se salvam. Embora salpicado de lama, Janot ainda se preserva como um dos justos furiosos ao lado do companheiro Moro, também, com algumas manchas. No annus horribilis de 2017, tudo em sintonia com a putrefação de nosso sistema de representação democrática. Mais necessário do que a reforma política é fazer algo em defesa da ordem jurídica. Para as delações, no fluir das ocorrências, usar provas colhidas em detrimento dos benefícios concedidos aos delatores é enfraquecer o próprio instituto. Esforço ingente, também, afim de arredar o pau nos pobres, a pasmaceira e o impasse criado entre exílios em Nova York ou na Papuda. Que o controle na busca de fatos, instituições interagindo sob a égide constitucional, daqui para a frente que seja diuturno. Reconstruir a democracia, tornando-a mais participativa ou a barbárie.

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