Saint Denis, mártir católico (Paris, França). A história diz que após ter sido decapitado ele andou segurando a própria cabeça, por algum tempo, em direção à sua igreja. A ajuda deste santo – padroeiro da França – é solicitada quando a pessoa tem dores de cabeça, está possesso ou com hidrofobia. Recorre-se a SD também em situações conflituosas.
Ouve-se falar em regressão... Pergunto: no quê o
conhecimento de existências passadas poderia nos ajudar? Valeria pela lembrança
de nossos erros, a fim de não mais cometê-los? De existência passada mais
próxima a outras, milenares, chegaríamos a padrões os mais primitivos. O
caminho de volta é a questão. Um lago de terrores e excentricidades! Poderíamos
nos afogar nos meandros das lembranças. As ruins, deprimem; as boas,
melhorariam a autoestima. Penso no raciocínio causa-efeito, linear, como
naquele outro, behaviorista, do estímulo-resposta. Poderiam nos levar à causa,
da causa, da causa. Consequências de uma inquietante acumulação de dados,
sobrecarga para nossa memória finita. Informes valeriam se depositados num
arquivo de ampla retentiva como a do computador. Aí, em determinados momentos,
poderiam facilitar para a compreensão de desditas e acertos. Isso numa perspectiva
de progresso evolutivo. Trabalho de clivagem: isto posto, fazer; aquilo, não. O
bom e o mau, o certo e o errado. Melhor é explicitar mais do que o “pode” e o
“não pode” catequéticos. Talvez ajude um pouco imaginar o caso do jesuíta D.,
em tempos pretéritos, ensinando o colonizador estrangeiro a dar o nó, para
facilitar o enforcamento de índios. Dois aspectos: a melhor qualidade do nó
diminuiria o sofrimento da vítima; outra coisa seria estimular enforcamentos
pelo novo método... O jesuíta D., pela lei de causa e efeito, viveria em
outra(s) existência(s) com problemas respiratórios até bem sérios. Mas também
poderia ser mais tarde protegido em assalto pelo espírito de um índio
agradecido por ter sofrido menos em seu desenlace. Que o leitor perdoe o
simplismo do exemplo. Continuando na mesma linha, o jesuíta D. sofreria grave
acidente automobilístico, com sério comprometimento cefálico. Terríveis dores
de cabeça a perdurarem durante longo tempo. Regressando ao período dos índios
supliciados, o jesuíta D. encontrou parcial aprovação de outro religioso, o
irmão E. Em existência posterior à dos males respiratórios, D. , nas crises,
era acompanhado por problemas semelhantes, embora não da mesma monta, caso de
E. O irmão, na adolescência, veio a sofrer de uma faringite com complicações
meníngeas, quase chegando a falecer. Sofria terríveis dores de cabeça. Época em
que tomou alta dose de antibiótico, sendo salvo graças à medicina e ao zelo da
própria mãe. Ainda na linha simplista da causa e do efeito D. e E. vivenciaram
situações parecidas. Na época primitiva da tortura escravocrata teriam “perdido
a cabeça”? A ação visava agradar aos colonizadores e, ao mesmo tempo, minimizar
o sofrimento indígena? Por que não batalhar pelos princípios cristãos junto aos
algozes? Jesuítas eram cultos, com habilidades artísticas de relevo, mas pelo
que se sabe agiam de forma invasiva, culturalmente. Tanto D. como E. revelaram
algumas aptidões. Ambos, filósofos e literatos. D., com incrível potencial
lógico, matemático e musical. Enxadrista estudioso, raciocínio impecável. Não
lhe sobrava habilidade plástica e intuitiva, bagagem do seu irmão E. A vida
inteira D. e E. sempre se deram muito bem, compartilhando alegrias e
sofrimentos. Jornalistas, anos antes de desencarnar, D. adotou, entre outros
heterônimos, o de Saint Denis. Como surgiu esse nome? Mais tarde, pesquisando,
E. conseguiu saber que Dennis, bispo, mártir e santo cristão, morreu em 1410,
decapitado. Foi bispo de Paris no século III. Martirizado, aproximadamente, no
ano 250 da nossa era. Segundo a tradição, Saint Denis ainda caminhou até a
igreja, em que servia, logo após ser degolado, segurando a própria cabeça. Seu
túmulo tornou-se um local de peregrinação e vários milagres foram creditados à
intercessão dele. Padroeiro da França e de Paris, costuma ser invocado contra males
relacionados com essa parte do corpo – a cabeça.
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