Penso nas minhas palavras infelizes, em geral ao
sabor da emoção. Impulsos que não refreio.
Quando sinto irritação na outra
pessoa a tendência é responder dando bronca. Chego a não medir o que digo. Sou
grosseiro ou irônico.
O triste é que acontece com quem
amo.
Costumo farejar maledicências.
Procuro me defender com palavras ásperas.
Golpe ofensivo leva estocadas.
Ferir quem nos fere.
Quando alguém se encoleriza dou meu
troco, às vezes até sacudindo fisicamente o outro.
A uma crítica ferina, dependendo de
quem a faz, respondo com o que está mais
nas entrelinhas. Com calúnias, agiria da mesma forma. Assim me sinto superior
(idiotice!).
Ignorância me leva a desviar a
atenção do sujeito. Faço com que saia do meu alcance visual.
Se o meu orgulho ou vaidade são
atingidos agrido com palavras.
Costumamos ter atitudes, longe de oferecer a outra face.
Sem apelar para o combate direto, tipo bangue - bangue, existe a
gentileza do silêncio à espera de tempo para atitudes de um afeto mais construtivo.
Silêncio, não como “sangue de barata” mas como estado interior reflexivo. Vale rememorar o momento
que abalou nossa autoestima, tirando daí boas lições. Silêncio para fazer
retroceder, desviando da direção inicial.
Questionado, dar a informação considerada correta pode não parecer
oportuno. Por tabela, em situação de grupo, o fato (se fato) torna-se relevante.
O problema nas palavras usadas, nas insinuações irônicas. Quando não se tem
hora para levantar, chato ser acordado. Pôr nossas coisas fora do lugar em que
costumamos tê-las; mexer nos quadros expostos nas paredes da casa, ainda que para
limpá-los; lembrar com frequência dos nossos afazeres e compromissos; exigir
que outros padrões, fora os nossos, sejam respeitados... São procedimentos que
podem nos contrariar. Somar a isso quem costuma só ouvir o que quer ouvir; quem
vive alimentando expectativas com relação a nós.
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