15/10/2016

SENTIR E PENSAR



Penso  nas minhas palavras infelizes, em geral ao sabor da emoção. Impulsos que não refreio.

Quando sinto irritação na outra pessoa a tendência é responder dando bronca. Chego a não medir o que digo. Sou grosseiro ou irônico.

O triste é que acontece com quem amo.

Costumo farejar maledicências. Procuro me defender com palavras ásperas.

Golpe ofensivo leva estocadas. Ferir quem nos fere.

Quando alguém se encoleriza dou meu troco, às vezes até sacudindo fisicamente o outro.

A uma crítica ferina, dependendo de quem a faz, respondo com o  que está mais nas entrelinhas. Com calúnias, agiria da mesma forma. Assim me sinto superior (idiotice!).

Ignorância me leva a desviar a atenção do sujeito. Faço com que saia do meu alcance visual.

Se o meu orgulho ou vaidade são atingidos agrido com palavras.

Costumamos ter atitudes, longe de oferecer a outra face.
Sem apelar para o combate direto, tipo bangue - bangue, existe a gentileza do silêncio à espera de tempo para atitudes de um afeto mais construtivo. Silêncio, não como “sangue de barata” mas como estado  interior reflexivo. Vale rememorar o momento que abalou nossa autoestima, tirando daí boas lições. Silêncio para fazer retroceder, desviando da direção inicial.


Questionado, dar a informação considerada correta pode não parecer oportuno. Por tabela, em situação de grupo, o fato (se fato) torna-se relevante. O problema nas palavras usadas, nas insinuações irônicas. Quando não se tem hora para levantar, chato ser acordado. Pôr nossas coisas fora do lugar em que costumamos tê-las; mexer nos quadros expostos nas paredes da casa, ainda que para limpá-los; lembrar com frequência dos nossos afazeres e compromissos; exigir que outros padrões, fora os nossos, sejam respeitados... São procedimentos que podem nos contrariar. Somar a isso quem costuma só ouvir o que quer ouvir; quem vive alimentando expectativas com relação a nós.


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