Esperar muito de
nossos homens públicos numa política em que se navega há anos em erros e
corrupção parece um despautério.
Quem pouco entende de
eleições, neste ano de “bastas”, o desejo é que as coisas sejam pautadas por maior
lucidez.
Que os “bastas” se
estendam aos citados na Lava Jato, agora ministros, com passaporte diplomático,
ficha suja e foro privilegiado... Para começar.
Dialogar com quem alimenta
a crise no próprio poder – governabilidade, conchavos, patrimonialismo... Continua
a expiação!
Quando nossa
democracia representativa se tornará uma democracia autônoma, sem depender de casuísmos
imediatistas e intenções escusas?
Há uma vontade
permanente em quem concentra poder. Corrupção sistêmica e autocomplacência.
Oligarquias não podem
tomar de assalto o poder. Hora de mais panelaços, gente vestindo verde e
amarelo, caras pintadas e a imprensa pedindo a caça aos corruptos...
Na dança dos
políticos: conhecer, instaurar, apoiar, tripudiar... Maneiras de atuar na
relação com a coletividade. Mas eles não são o epicentro de tudo.
Necessária a emergência
de sujeitos políticos, num inventar-se contínuo, com boas visões alternativas
de desenvolvimento social e força para implementá-las.
Difícil pensar no
outro quando se navega no barco do poder. Seja poder humano ou o “divino”.
Penso em quem recebe e paga. Todos têm direito à liberdade; não ao fascismo.
O povo não é melhor
que os homens públicos, mas quem estes merecem.
Uma simbiose ocorre aí. Ambos com o dever de se aprimorar.
Pelo menos deve-se
acreditar no “átomo que faz a água ser água”. Milagre? Milagre na política é um
poder que emana do povo e do que é digno e justo.
A vontade do povo é
que sustenta qualquer sistema político assentado na autonomia individual e na
interação social.
Há desconfiança em
relação ao mundo e suas instituições – principalmente a política, com usurpação
do bem comum.
O que o povo exige
não se encaixa em qualquer conjetura. Na cidadania ele se traduz por
necessidades de subsistência e autorrealização.
Estamos na época da
“pegada” e das delações, da “autoestima” ou da “autoajuda”. Nas descomposturas:
orgulho, cegueira e revolta.
Quem entende a fase
atual da estância Brasil? Os atuais fazendeiros são sempre os mesmos.
Compreender nosso mundo é como graça, dádiva.
Como não levar uma
vida vã? Ela não é independente da moral.
Nos atos de
condenação, reverência à família e a Deus, é mais um autoflagelar-se pela mercantilização crescente das relações
humanas.
Diálogo sim, mas que
seja com quem reflete sobre paradigmas a nortearem as ações. Fora disso é
fortalecer ímprobos e fraudadores.
Não se pressupõe
alegações oportunistas para diminuir gastos sociais e proceder à revisão das
terras indígenas já demarcadas.
Diálogo é pensar o
que o outro pensa e sentir o que o outro sente. Ao Estado cabe ordenar a práxis
do conjunto de boas ideias de uma sociedade.
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CULTURA E EDUCAÇÃO
Complementação e não
subordinação. Não aceitar a Cultura como apêndice do Ministério da Educação,
passo de retrocesso.
De modo diverso do
pedagógico necessário a Cultura comumente perpassa pelas inovações mais
imediatas.
Algo que contribui
para que um povo se reconheça em seus valores.
O que esperar de um
grupo heterogêneo, caótico e retrógrado? Por enquanto, o poder instalado
caracteriza-se por atitudes persecutórias e policialescas.
A educação estabelece
a hierarquia dos conhecimentos. O fim próprio da Cultura é preparar o homem
para seu exercício autônomo no mundo.
A Cultura reduzida a
uma secretaria está minimizada. Anula-se drasticamente seu papel de
protagonista.
A extinção do MinC,
fundido à pasta da Educação, é por não se entender o papel de um e de outra.
A Educação zela pelo status quo, é fator agente. Espécie de
colete apertado, com suas noções muito precisas. É autoafirmativa.
A Cultura é mais abrangente,
menos burocrática, até transgressora, farol para a Educação. Não confundir
Cultura só com entretenimento.
O prioritário da
Educação se soma e interage com o prioritário da Cultura.
Ambas devem estar no
mesmo patamar. Denominador comum: o conhecimento de si mesmo.
Cabe ao Ministério da
Cultura reverberar valores e estabelecer conexão com incontáveis modos de pensar, agir, sentir. Não
deve ser subsidiário, sob pena de adormecer na inércia.
O instituto
educacional sempre foi alvo de muitas controvérsias. Tem obedecido a rígidos
padrões. A Cultura amplia perspectivas.
No retrocesso, um
boicote à Cultura. Entendo que essa pasta tende a suscitar amiúde sentimentos
paradoxais entre afeto imediato ou descrença.
A idolatria da
maioria dos políticos é a si próprios. Quando deixarão de atuar como pedintes
de apoio irrestrito para as maquinações que arquitetam a portas fechadas?
A Cultura é a região
dos símbolos e dos valores. Possui relação direta e intensa com a criação e a
paixão. O leque de influências atinge as mais diversas áreas de pensamento e
atuação.
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