09/03/2016

CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE

Ao ter mais, mais se quer ter. Daí faltar para quem nada tem. Quantos os condenados a privações, sofrimentos e morte precoces?

A violência explícita ou sutil estão a socapa. Assim como a escravidão dos excluídos. Derivativos da ambição e do sucesso marcam pontos.

Há uma entidade abstrata e onipresente, como um bezerro de ouro, que manda no mundo. Chama-se “mercado”.

Não se nega o valor da especialização. O progresso tecnológico é uma realidade. O problema é quando se imagina saber tudo.

Saber e sabedoria são coisas distintas. Sabedoria inclui a visão de contexto; o saber é caolho, mais quantitativo e cumulativo.

Não se deve destruir a fé de ninguém. Fé, algo a ser aprimorado. Caminhar para a nova era do espírito.

Reverência, gratidão, pela dádiva dos sentidos atentos, num mundo endereçado para a fraternidade pluralista.

Existem áreas restritas de técnicas aplicadas. Aquela microcirurgia, depois de um acidente, salvando o meu braço...

Para não falar na anestesia que me manteve com os olhos abertos. Assisti a tudo, sem um mínimo de dor.

Sempre, porém, há um desafiador nada transparente. Para a ciência e a religião. A busca transcende ao circunstancial cotidiano.  

Necessário rever significados. Assim se enfrenta a obsolescência do constituído. Fatores emocionais pesam o que não se imagina.

A dinâmica espaçotemporal – e a pessoa diante dela – desafiam o que se retém para perpetuar (o poder).

O poder tende a reagir mal com a tendência de mudança da ciência e das visões de mundo. O próprio Universo muda no espaçotempo.

As corporações chegam a funcionar como máfia assustadora. Mexem com nosso sistema imunológico – a fisiologia e a cultura.

Há remédios eficientes e que curam. Mas, também, os maquiados (só mudam de nome) e os placebos.

Vamos caminhando num sistema de justiça, cujo objetivo é coibir, inibir e punir aqueles que transgridem a ética (políticos, empreiteros).

Valores que dignificam os humanos independem de posições científicas, religiosas, políticas.

A vida é sagrada. Coisas que são óbvias: não matar; respeitar os outros; tolerância à diferença.

A educação baseada em valores humanos, cuja “religião” é o amor. Aqui há sabedoria.

O poder não muda ninguém. Faz com que as pessoas se revelem.

O Deus de uma, não é melhor que o Deus de outra pessoa. O contrário chega a gerar um fundamentalismo perigoso.

Que não se institucionalize a vontade de corromper ou de ser corrompido. Ser contra o ato lesivo, delituoso.

Atentar para a agronegócio no que possui de danoso para o meio ambiente.

Desflorestar áreas gigantescas. Muita água para regar as plantações e dar de beber ao gado. Mais carne para o consumo pessoal... O que você acha?

Difícil pensar pela própria cabeça. Mais do que indivíduos somos pessoas. Quando a questão ética partirá de nossa própria subjetividade?

A saída é reagir à propaganda para o que nos destrói. E não se submeter ao negócio como trunfo da economia. Economia, base da porcaria, como diz o mineiro.

Combustíveis fósseis são contra a melhora na qualidade de vida.  Ainda mais quando a nossa potencialidade energética é tão menos poluente e variada.

Ocorre uma mercantilização de todos os aspectos da vida. Na sociedade, nas famílias, nas relações mais íntimas.

O político que usufrui de bens, dinheiro, propina, e se sente fortalecido por isso, não possui a firmeza e flexibilidade do salgueiro...  

Astros, ao se expandirem na galáxia, num limite extremo explodem. É o que acontece também quando a razão se desumaniza.

O centro do Universo está em cada um de nós.

Do mundo medieval para o moderno. O paradigma mercado atua como uma nova seita.

A ciência evoluiu, maravilha; a tecnologia evoluiu, maravilha. O primário que é a sobrevivência humana em condições dignas enfrenta progressivo atraso.

         Na decadência política e econômica, corrupção e imoralidade geram o desespero. Tábuas de salvação podem surgir a qualquer preço.

Liberdade ou segurança? O medo prefere segurança. Mas fomos criados para ser livres...

         A triste saudade do tempo da ditadura... Aquele regime da força, sem diálogo, entendimento. Lados em conflito, com os próprios demônios.

         Penso em quem não teve juventude por causa do autoritarismo. Não se pode fugir da lei e do amor, o que não se implanta só por decreto.

         Anseio pelo anarquismo sadio? Mas ainda é necessário que haja uma instituição reguladora e coercitiva chamada estado democrático.

         Não vejo outro horizonte para a política, a não ser a utopia. O povo com necessidades mínimas satisfeitas e participando das decisões.

         Aquele que pratica  o capitalismo selvagem (não o do bom selvagem), considera ingênuo e bobo quem é solidário.

         O meio de a autoridade impor sua própria verdade é o poder sobre o outro, visto como obediente servidor.
        
Os grandes paradoxos: amor e obediência; liberdade e disciplina; tolerância e castigo...

         Quem somos e em que lugar estamos? Refletir sobre isso nos coloca com grande responsabilidade no mundo e no planeta.

         Existe uma espiritualidade protetora crescente com relação ao Universo que habitamos.    

         Tal é o descaso humano face ao consumo do necessário e suficiente. Pela mercadoria que me reveste é que o meu mais ou menos valor aparece.

         É infeliz quem não consome o que mostra a publicidade televisiva. Aquele carro, aquela viagem de navio, aquele perfume... “Consumo, logo existo.”

         Necessário debater a dimensão ética e social dos avanços da tecnologia e da ciência. Caso contrário, a humanidade caminhará para a barbárie.

         Cabe à ciência e as religiões se encontrarem à mesa da ética. Para debater o destino e o futuro da humanidade.  
        
         Vejo tudo como um empurra e agarra. Não só o empurra e não só o agarra.

         Se tudo possui dois lados opostos, interativos, que o paradigma seja o abrangente. Que o ponto a atacar esteja claro nas condições espaçotemporais.


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