Ao ter mais, mais se quer ter. Daí faltar para quem nada tem.
Quantos os condenados a privações, sofrimentos e morte precoces?
A violência explícita ou sutil estão a socapa. Assim como a
escravidão dos excluídos. Derivativos da ambição e do sucesso marcam pontos.
Há uma entidade abstrata e onipresente, como um bezerro de ouro, que
manda no mundo. Chama-se “mercado”.
Não se nega o valor da especialização. O progresso tecnológico é
uma realidade. O problema é quando se imagina saber tudo.
Saber e sabedoria são coisas distintas. Sabedoria inclui a visão
de contexto; o saber é caolho, mais quantitativo e cumulativo.
Não se deve destruir a fé de ninguém. Fé, algo a ser aprimorado.
Caminhar para a nova era do espírito.
Reverência, gratidão, pela dádiva dos sentidos atentos, num mundo
endereçado para a fraternidade pluralista.
Existem áreas restritas de técnicas aplicadas. Aquela
microcirurgia, depois de um acidente, salvando o meu braço...
Para não falar na anestesia que me manteve com os olhos abertos. Assisti
a tudo, sem um mínimo de dor.
Sempre, porém, há um desafiador nada transparente. Para a ciência
e a religião. A busca transcende ao circunstancial cotidiano.
Necessário rever significados. Assim se enfrenta a obsolescência
do constituído. Fatores emocionais pesam o que não se imagina.
A dinâmica espaçotemporal – e a pessoa diante dela – desafiam o
que se retém para perpetuar (o poder).
O poder tende a reagir mal com a tendência de mudança da ciência e
das visões de mundo. O próprio Universo muda no espaçotempo.
As corporações chegam a funcionar como máfia assustadora. Mexem
com nosso sistema imunológico – a fisiologia e a cultura.
Há remédios eficientes e que curam. Mas, também, os maquiados (só
mudam de nome) e os placebos.
Vamos caminhando num sistema de justiça, cujo objetivo é coibir,
inibir e punir aqueles que transgridem a ética (políticos, empreiteros).
Valores que dignificam os humanos independem de posições
científicas, religiosas, políticas.
A vida é sagrada. Coisas que são óbvias: não matar; respeitar os
outros; tolerância à diferença.
A educação baseada em valores humanos, cuja “religião” é o amor. Aqui
há sabedoria.
O poder não muda ninguém. Faz com que as pessoas se revelem.
O Deus de uma, não é melhor que o Deus de outra pessoa. O
contrário chega a gerar um fundamentalismo perigoso.
Que não se institucionalize a vontade de corromper ou de ser corrompido.
Ser contra o ato lesivo, delituoso.
Atentar para a agronegócio no que possui de danoso para o meio
ambiente.
Desflorestar áreas gigantescas. Muita água para regar as
plantações e dar de beber ao gado. Mais carne para o consumo pessoal... O que
você acha?
Difícil pensar pela própria cabeça. Mais do que indivíduos somos
pessoas. Quando a questão ética partirá de nossa própria subjetividade?
A saída é reagir à propaganda para o que nos destrói. E não se
submeter ao negócio como trunfo da economia. Economia, base da porcaria, como
diz o mineiro.
Combustíveis fósseis são contra a melhora na qualidade de
vida. Ainda mais quando a nossa
potencialidade energética é tão menos poluente e variada.
Ocorre uma mercantilização de todos os aspectos da vida. Na
sociedade, nas famílias, nas relações mais íntimas.
O político que usufrui de bens, dinheiro, propina, e se sente fortalecido
por isso, não possui a firmeza e flexibilidade do salgueiro...
Astros, ao se expandirem na galáxia, num limite extremo explodem. É
o que acontece também quando a razão se desumaniza.
O centro do Universo está em cada um de nós.
Do mundo medieval para o moderno. O paradigma mercado atua como
uma nova seita.
A ciência evoluiu, maravilha; a tecnologia evoluiu, maravilha. O
primário que é a sobrevivência humana em condições dignas enfrenta progressivo
atraso.
Na decadência
política e econômica, corrupção e imoralidade geram o desespero. Tábuas de
salvação podem surgir a qualquer preço.
Liberdade ou segurança? O medo prefere
segurança. Mas fomos criados para ser livres...
A triste saudade do
tempo da ditadura... Aquele regime da força, sem diálogo, entendimento. Lados
em conflito, com os próprios demônios.
Penso em quem não
teve juventude por causa do autoritarismo. Não se pode fugir da lei e do amor,
o que não se implanta só por decreto.
Anseio pelo anarquismo
sadio? Mas ainda é necessário que haja uma instituição reguladora e coercitiva
chamada estado democrático.
Não vejo outro
horizonte para a política, a não ser a utopia. O povo com necessidades mínimas
satisfeitas e participando das decisões.
Aquele que
pratica o capitalismo selvagem (não o do
bom selvagem), considera ingênuo e bobo quem é solidário.
O meio de a
autoridade impor sua própria verdade é o poder sobre o outro, visto como
obediente servidor.
Os grandes paradoxos: amor e obediência;
liberdade e disciplina; tolerância e castigo...
Quem somos e em que
lugar estamos? Refletir sobre isso nos coloca com grande responsabilidade no mundo
e no planeta.
Existe uma espiritualidade
protetora crescente com relação ao Universo que habitamos.
Tal é o descaso
humano face ao consumo do necessário e suficiente. Pela mercadoria que me
reveste é que o meu mais ou menos valor aparece.
É infeliz quem não consome
o que mostra a publicidade televisiva. Aquele carro, aquela viagem de navio,
aquele perfume... “Consumo, logo existo.”
Necessário debater a
dimensão ética e social dos avanços da tecnologia e da ciência. Caso contrário,
a humanidade caminhará para a barbárie.
Cabe à ciência e as
religiões se encontrarem à mesa da ética. Para debater o destino e o futuro da
humanidade.
Vejo tudo como um
empurra e agarra. Não só o empurra e não só o agarra.
Se tudo possui dois
lados opostos, interativos, que o paradigma seja o abrangente. Que o ponto a
atacar esteja claro nas condições espaçotemporais.
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