Congresso sem pudores, salvo poucas
exceções, está na mira das instituições democráticas. O Supremo Tribunal
Federal vai interferindo no ritual farsesco da nossa política. A Lava Jato e o Petrolão, desde o episódio das primeiras prisões, e a parte do iceberg das
corrupções que vai subindo à tona da visibilidade, abre uma cortina a anos
vedada. Vladimir Safatle na Folha (11 último), imagina uma ficção (não tão
ficção) em que se fala num “golpe tosco, primário e farsesco”... Antes de ler a
sua matéria eu pensara, em meio às brigas com tapas e xingamentos em nosso Congresso,
que o clima era o de farsa. Protelações no andamento de processos contra o presidente
da câmara, Eduardo Cunha, por ele impulsionadas, assim como o do impedimento de
Dilma, a fim de dar tempo às ruas para se manifestarem, sugerem o roubo dos ladrões
antes que os donos percam os próprios bens. Parece peça do comediógrafo
Molière. Como derrotar manobras políticas e movimentações baseadas em fatos de
discutível comprovação judicial? Pintar
a cara não basta pois os tempos são outros. Mesmo, ao se travestir, o pano de
fundo não será apenas uma dissimulação? E a consciência dos homens públicos quando
irá contrapor ao abuso da razão e do intelecto? Fins egoístas enquanto o país
se debate na lama de problemas não resolvidos. Momento em que se esgotam hábitos e estilos. Parece que os deuses foram
eliminados ou passaram a gozar de má reputação.... Carência de sabedoria e de introspecção.
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