O fato de o raciocínio lógico de causa e efeito servir
para coisas concretas (o papel que você larga e cai), o costume é transferi-lo
para tudo. Temos o abstrato e o concreto, o subjetivo e o objetivo. É quando
não se chega a considerar fatos adicionais. Acontece nas relações com pessoas e
o mundo, gerando problemas que dificultam a compreensão do mais comum ao que é complexo.
A lógica da causa e do efeito é linear. No futebol
temos o lançamento “linha direta”, bola que nem sempre chega a quem deveria
chegar. Da mesma forma que a troca de passes deve ser precisa, a bola lançada
em curva tende a tapear o jogador adversário. O drible seria o lance mais
requintado, o que não é fácil.
O caráter concreto da causa e efeito não constitui o único
lance de fé. Não obstante, com frequência nos iludimos. Depositamos no efeito
que se persegue diretamente a solução que nem sempre acontece.
Quantos choques e males decorrem da causalidade que
despreza relações de contexto, de diferenças, probabilidades, espaço-tempo, estados
de distintos “tons de cinza” e de ritmos individuais característicos.
Nossas ilusões de prazer e segurança pesam muito nas
trocas com pessoas e bens. O que pensamos de nós e não pensamos dos outros. O
que se anuncia de um jeito e ocorre de outro. A mobilidade do universo e da ciência.
A Física de ontem e a Física de hoje. O número variado de filosofias. O que fomos
e somos hoje. Nossas imperfeições. Religiões e a fé, sujeitas a transformações.
As relações entre mortos e vivos, das “mesas falantes” às psicografias. Mistérios
que se desvendam e mistérios que permanecem.
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