09/03/2014

OLHAR E VER



Sob o tema “Carnaval, Cinema e Vida” continuam nos meus blogs as postagens motivadas pela safra de filmes do Oscar 2014. Compilação de análises por mim articuladas sem pretensão de ineditismo. Vejo a importância do cinema para temas relevantes. É fonte de reflexão, por vezes superando a intelligentsia. O carnaval cada vez mais novo em formas e cores e o estilo, puro estardalhaço de entretenimento e alegria. Monumentalidade dos carros alegóricos concorrendo com a grandeza silenciosa das pirâmides. Desafiam ousadamente as alturas, metáfora de uma opulência almejada. No Oscar, o velho cinema em oposição ao novo, os blockbusters na crise de um presente veloz e altissonante. Estamos na perda estética por falta de maior sentido para os sentidos. Agora, alguma luz talvez no difícil acesso à compreensão do homem como figura social protagonista. A juventude presa aos aparelhos e à fixação em qualquer resultado. Sem afago emocional, cinema merecedor da maior atenção, fora da explosão dos ouvidos e do oba-oba conhecido. Quem pensa, por exemplo, no extraordinário lixo espacial, sério problema para a astronáutica e nós aqui da Terra? O filme “Gravidade”, movido pela tecnologia, de Alfonso Cuarón, focaliza a “relação física entre o homem e o espaço” (Inácio de Araujo) na fase atual das produções de Hollywood. Num mundo capitalista, a falta de escrúpulo em “O Lobo de Wall Street”, de Martin Scorsese... Outro tema, muito a propósito, é o da escravidão e a contundência histórica, o que se estende para o nosso e o mundo global: “12 anos...” Atores e homens que se transformam (“Clube de Compras Dallas”). Imagino serem os deuses cineastas. Dramas que têm a ver com histórias reais (“Capitão Phillips”). Beleza e tristeza pelos filtros do Instagram (“Ela”). Eu, que me envelheço com cores, aprecio o preto e branco do filme “Nebraska”. O surpreendente (“Philomena”). A bizarrice com tiques e acessos (“Trapaça”). O cinema nos ensina a ver.   

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