Vou percebendo que escrevo mais para meu consumo pessoal. Fascínio pelas palavras, prefiro agir como escritor intuitivo, ainda que pobre de intuição, mas arriscando. Palavras bailarinas que sugerem imagens. Um dicionário ao meu alcance na lida diária geralmente pelas manhãs, logo ao levantar. Meio zonzo me refaço digitando. Que bom aprender uma palavra a cada dia, ou reaprender o que pensava saber. Muitas vezes me vejo como um duplo de pensadores e escritores. A partir do que dizem sei que chego a colar ideias na forma utilizada por eles. O estilo não é mesmo de quem dele se apropria. Forma, conteúdo uma coisa só. A ilusão de que somos donos de uma ou de outro. Venho refletindo sobre o abalo que provoco em estruturas arcaicas de pensamento e atitudes. Começando por mim. Escritor literário para abrir cabeças, atirando em preconceitos e estereótipos. Muita gente que admiro faz isso com melhor brilho. Mexer no canal de recados e receitas. Manjado por gerações, carregado de ferrugem. Na linguagem psicanalítica temos pulsões que se dirigem ao objeto, como “a fome e o amor”, e as narcisistas, ligadas ao “eu”. Continuando nessa órbita, sei que nos meus textos autobiográficos há recalque no que existe aí de mais perturbador. As entrelinhas desnudam coisas. Teriam as palavras o dom de traduzir o ser? A gente se vestindo de “fazedor” de mundos e fundos? O fato de gostar da interlocução com escritores parece uma boa. Compor literatura e conceitos ou ser metapsicanalítico, não é Manuel? Instinto ou pulsão, esta na linha da morte... Ao lado de uma força de destruição, em cada um, existe o aceno para algo grandioso e enriquecedor. Sem negar a importância da ciência e da religião, ambas abraçadas, e a morte como continuação da vida... O lado romântico, não tão doente, pode tornar-se transcendente, iluminado. É o que nos impulsiona na literatura. Nós e os outros, nós nos outros. Não ter medo de se encontrar em quem nos influencia. Válido no processo de reinvenção do mundo e da vida.
Ipansotera é um blog de pensamentos. Mesmo em recados há a intenção de promover uma interação reflexiva. Não existe fundo ideológico fechado. O conteúdo são vislumbres de quem vê a vida como aprendizagem do espírito. O autor acredita na interatividade mais do que em afirmações inatistas e comportamentistas.
23/02/2014
UM POUCO DE PSICANÁLISE
Vou percebendo que escrevo mais para meu consumo pessoal. Fascínio pelas palavras, prefiro agir como escritor intuitivo, ainda que pobre de intuição, mas arriscando. Palavras bailarinas que sugerem imagens. Um dicionário ao meu alcance na lida diária geralmente pelas manhãs, logo ao levantar. Meio zonzo me refaço digitando. Que bom aprender uma palavra a cada dia, ou reaprender o que pensava saber. Muitas vezes me vejo como um duplo de pensadores e escritores. A partir do que dizem sei que chego a colar ideias na forma utilizada por eles. O estilo não é mesmo de quem dele se apropria. Forma, conteúdo uma coisa só. A ilusão de que somos donos de uma ou de outro. Venho refletindo sobre o abalo que provoco em estruturas arcaicas de pensamento e atitudes. Começando por mim. Escritor literário para abrir cabeças, atirando em preconceitos e estereótipos. Muita gente que admiro faz isso com melhor brilho. Mexer no canal de recados e receitas. Manjado por gerações, carregado de ferrugem. Na linguagem psicanalítica temos pulsões que se dirigem ao objeto, como “a fome e o amor”, e as narcisistas, ligadas ao “eu”. Continuando nessa órbita, sei que nos meus textos autobiográficos há recalque no que existe aí de mais perturbador. As entrelinhas desnudam coisas. Teriam as palavras o dom de traduzir o ser? A gente se vestindo de “fazedor” de mundos e fundos? O fato de gostar da interlocução com escritores parece uma boa. Compor literatura e conceitos ou ser metapsicanalítico, não é Manuel? Instinto ou pulsão, esta na linha da morte... Ao lado de uma força de destruição, em cada um, existe o aceno para algo grandioso e enriquecedor. Sem negar a importância da ciência e da religião, ambas abraçadas, e a morte como continuação da vida... O lado romântico, não tão doente, pode tornar-se transcendente, iluminado. É o que nos impulsiona na literatura. Nós e os outros, nós nos outros. Não ter medo de se encontrar em quem nos influencia. Válido no processo de reinvenção do mundo e da vida.
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