25/02/2014

EPIFANIA



Há momentos em que sem solidão e recolhimento sentimos não chegar a nada. Aprendi que nem sempre ascender não é só subir, e o contrário não é só descer. A vida pulsa até em compassos inesperados. Daí a importância da quebra de rotinas do agir e do pensar. O sono já é um bálsamo quando nos revigora. O contrário da preparação para o refazer é o “sono d´ópio”. Depois, estar aberto à cortina que se descerra para o novo inesperado, pode deflagrar maravilhas. Tal ocorreu hoje. Um velho, face à experiência de uma neta. Ela teve parto doméstico, natural, quando os hospitais cultuam cesáreas. Penso no oposto do amor que é o medo, ou da tacanha visão mercadológica.

Eu resistia às redes sociais, mormente ao facebook, achando-o por demais banal. Humor e entretenimento, desde que inteligentes, nos lavam da poeira pessimista e das superficialidades digestivas. Há um narcisismo que invade quase tudo. O humano belo tende a ficar para as traças. E só curtir é muito pouco. Recomendo o que pode nos aprimorar a visão de mundo. Incrível a possibilidade de se dizer algo construtivo, obediente a cânones de amor e solidariedade. Sem fanfarronices otimistas. Não pretendo ser um podador... Acredito que usar a internet como meio de expressão, fora do anonimato hipócrita, é notável indicador dos novos tempos. Vamos lá: Recomendo a página de Gabi Betschart sobre o próprio parto, as fotos de Giovanna Da Costa Romaro, ambos no facebook, sobre o ocorrido, além do depoimento de outra parturiente, Sylvia Freire. Trata-se de uma epifania. Repercute com grande força nos serviços de saúde, na noção humanitária da medicina (a nossa, em densa crise), e numa atitude humana, demasiada humana... Tudo nessa ferramenta virtual, para mim, hoje, enriquecedora para corações e mentes.   

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