Ipansotera é um blog de pensamentos. Mesmo em recados há a intenção de promover uma interação reflexiva. Não existe fundo ideológico fechado. O conteúdo são vislumbres de quem vê a vida como aprendizagem do espírito. O autor acredita na interatividade mais do que em afirmações inatistas e comportamentistas.
30/06/2011
SIMPLES LIÇÃO
Quando jovem, aluno do colegial (antigo ensino médio), um japonês, colega, que entendia de matemática e física, brincava me chamando de metafísico. Pelas minhas idéias (Platão, Kardec). Akira era muito cooperativo, sempre ajudando alunos em piores condições. Com aquele sorriso típico do oriental bem ajustado, um bom amigo. Divertia-se pela tendência que eu tinha em querer que os outros aceitassem ideias baseadas no que vivenciei desde garoto, experiências que, com certo cuidado, chamo de metapsíquicas. (Sei que o que dizemos contribui para acirrar preconceitos.) Na época em que eu cursava, ao mesmo tempo, o colegial e o normal (depois chamado magistério), meu desejo era de convencer as pessoas. Foi o que eu tentei com meu professor de sociologia, Salomão Becker. Nada consegui. Ele sempre me apoiava, tendo até me convidado para trabalhar na sua candidatura a vereador. Pouco ajudei, e ele não foi eleito. Uma pessoa muito franca e impulsiva, diferente do político padrão. Parecia que Salomão queria me ver com os pés no chão, deixando de ser tão metafísico. Hoje, depois de passar por momentos tristes e alegres, sinto estar mais aberto para coisas do corpo e da mente. Acabei de ler um artigo do cientista agnóstico Marcelo Gleiser, na Folha de S. Paulo. Ele diz: “A física reabraçará de vez a metafísica”. O nome da matéria: “A metafísica do multiverso”, Folha, 26/6/2011. Penso: Quem é que precisa virar refém de uma seita apertada? Nesta hora, vejo a importância do exemplo. Se religião é porta para a espiritualidade, o amor a sinaliza. Duas sábias lições nos foram dadas: A necessidade de amar os outros como a si mesmo e tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados. Antes que me esqueça: Ser agnóstico não é ser ateu. Ninguém ainda conseguiu provar que Deus não existe.
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